BAHIA EM REVISTA

Vias com velocidade reduzida ajudam a diminuir número de acidentes

Os dados mais recentes divulgados pela Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) mostram que houve uma redução no número de acidentes nas regiões da cidade onde a velocidade é reduzida. Nos bairros da Barra e Rio Vermelho, onde há piso compartilhado, e na Pituba, onde está em vigor o chamado Trânsito Calmo, as reduções surpreendem desde a implantação das iniciativas nas localidades.

No bairro mais boêmio da cidade, no trecho que vai da curva da Rua da Paciência, passando pela Rua Guedes Cabral até o Largo da Mariquita, a velocidade passou de 60km/h para 40km/h desde o final de janeiro de 2016. O número de casos em 2015 era de 106 lesionados com 17 feridos – em 2020, esse número foi de uma pessoa lesionada e três feridas.

Já na Avenida Oceânica, onde a velocidade oscila entre 20km/h e 30km/h, o piso compartilhado foi instalado em setembro de 2014. Em 2013, o quantitativo era de 54 pessoas lesionadas e dez feridas. No ano passado, foi apenas uma lesão e seis feridos.

O superintendente da Transalvador, Marcus Passos, destaca que a capital baiana conseguiu reduzir em 54% o número de mortes em acidentes de trânsito. É uma das poucas cidades no mundo que atingiu a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de redução em 50% neste índice, durante a década 2011-2020.

Nesse período, a Prefeitura vem adotando medidas para readequar cada vez mais o trânsito na cidade. Além disso, campanhas educativas, ações estratégicas e sinalizações específicas são criadas para conscientizar a população.

Reflexos – Passos salienta que, hoje, qualquer gestor que trabalhe com trânsito vai ter grandes desafios. “As metrópoles cada vez mais se transformam, a quantidade de veículos aumenta, e existe uma necessidade maior de devolver a cidade aos pedestres.”

De acordo com o superintendente, existem diversos atores no trânsito, desde os mais vulneráveis como pedestres, ciclistas e motociclistas, até os condutores de automóveis e veículos pesados. Para ele, não existe outra forma de dar segurança ao cidadão, a não ser adequando a velocidade. “A Prefeitura está adaptando os espaços públicos, ampliando calçadas, reduzindo velocidades para cada vez mais dar mais conforto a quem transita e mais segurança aos vulneráveis”.

A técnica de enfermagem Gorete Carvalhal, de 52 anos, mora há 28 deles na Barra. Com ampla visão da varanda onde mora, no Oceania, ela diz que o trânsito melhorou bastante após a redução de velocidade.

“Estou achando tudo ótimo, muita gente gostou, tanto quem caminha quanto quem passa de carro. As famílias circulam muito por aqui e até a caminhada ficou mais segura”, disse. Gorete lembra que, antes da redução, a atenção com as crianças, principalmente, era redobrada. “Mas melhorou tudo, até a segurança dos pais, deu mais segurança, com certeza”.

A jornalista Mônica Carvalho é moradora do bairro desde que nasceu e acompanhou o crescimento do local. Para ela, a redução da velocidade ficou excelente, principalmente em frente à residência onde mora, na Rua Barão de Itapuã.

“Agora que a Barra se tornou um lugar de esportes, vem muita gente pedalar e andar. Com a redução, ficou mais seguro para quem pratica exercícios na orla, como eu. E conscientiza as pessoas a reduzir a velocidade também por conta das multas”, observou.

Trânsito Calmo – No bairro da Pituba, a iniciativa de redução da velocidade foi iniciada em outubro de 2019, na Avenida Octávio Mangabeira, no trecho do cruzamento com a Rua Goiás até o cruzamento com a Rua Rio de Janeiro. Em cinco anos houve uma redução de 127 para quatro lesionados e de 22 para dez feridos.

 

 

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