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Grande Rio teve 460 tiroteios perto de escolas desde o início do ano

A região metropolitana do Rio de Janeiro teve 673 tiroteios este ano, dos quais 460 perto de escolas públicas e privadas. Os dados são do Instituto Fogo Cruzado, que monitora ocorrências violentas e suas consequências na cidade e em outros locais do país.

O levantamento mostra, ainda, que 68% dos tiroteios foram nas imediações de unidades escolares do Grande Rio. Das 7.386 escolas e creches públicas e privadas que há na região, 725 foram impactadas por esses confrontos armados, ou seja, uma em cada dez escolas. Dos 460 tiroteios perto de escolas, 226 deles (quase a metade) foram decorrentes de ações policiais.

A cidade do Rio foi quem mais sofreu com as trocas de tiros perto de unidades escolares. Foram 330 das 460 ocorrências. Em Duque de Caxias, houve 37 casos. Entre os bairros, os mais impactados foram Praça Seca (27), Vila Kennedy (23), Cidade de Deus (19), Bangu (14) e Brás de Pina (14).

Segundo o coordenador do Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, Carlos Nhanga, um tiroteio afeta toda a população. Pessoas deixam de sair de casa para trabalhar e estudar, escolas são fechadas e, em casos extremos, crianças morrem.

Ele cita o menino Luiz Davi, de 12 anos, baleado na cabeça durante uma ação policial quando estava a caminho da escola com outras crianças, em São Gonçalo.

“Esse levantamento mostra uma situação inaceitável em que se encontra a segurança pública no Rio. Crianças e adolescentes estão perdendo direito básico à educação por conta de uma política de segurança que prioriza o confronto e não garante a qualidade de vida para a população. É preciso criar políticas que efetivamente garantam o futuro e a proteção das nossas crianças e adolescentes”, argumenta Nhanga.

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