BAHIA EM REVISTA

Com obras adiantadas, Catar tem outros desafios até a Copa de 2022

O Catar caberia no estado de Sergipe e sua população é menor que a da Baixada Fluminense. Mesmo assim, ainda está na mesa a possibilidade de, em 2022, o país receber 48 seleções na maior Copa do Mundo da história. Sob a vigência da lei islâmica, o país restringe a liberdade das mulheres e LGBTs e o consumo de álcool em lugares públicos e está prestes a receber hordas de torcedores que cada vez mais incluem pessoas de todos os gêneros e que, no Brasil e na Rússia, não economizaram na bebida. Para completar, essa nação rica em petróleo e tecnologia vive um momento de conturbadas relações com seus vizinhos e sofre um embargo econômico e político por parte de nações poderosas na região, como a Arábia Saudita e o Egito. 

Apesar das obras dos oito estádios estarem adiantadas, esses são alguns dos desafios enfrentados pelo Catar e pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) para fazer da primeira Copa do Mundo do Oriente Médio um sucesso. No caminho até lá, já surgiram denúncias de corrupção na escolha do país-sede e de exploração de trabalho escravo de imigrantes nas construções dos monumentais estádios climatizados.

O clima, aliás, provocou uma mudança histórica na Copa do Mundo de 2022: ela será disputada entre novembro e dezembro, no inverno do Hemisfério Norte. Nos meses em que tradicionalmente é realizado, o evento encontraria temperaturas de até 50 graus Celsius no país do Oriente Médio. A decisão impacta campeonatos nacionais de diversos países no Hemisfério Norte e especialmente na Europa, onde os clubes terão que liberar jogadores convocados para seleções nacionais no meio do calendário.

O ex-jogador e treinador de futebol, Evaristo de Macedo, que morou no Catar na década de 1980, lembra que os estrangeiros tinham uma liberação especial para ter bebida em casa. Ele esteve em junho no Catar, onde foi homenageado, e acredita que para Copa o emirado e a sociedade do Catar serão mais flexíveis, inclusive com a participação feminina. “As mulheres não participavam dos jogos, mas agora elas têm mais interesse. Eu acredito que terão licença para irem aos jogos. O futebol passou a ser uma paixão de todos não só dos homens, mas das mulheres também”, diz.

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