BAHIA EM REVISTA

Cole no Centro propõe conceito identitário para atrair novos públicos ao Carnaval

Com o lançamento da iniciativa Cole no Centro no Carnaval 2023, a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), propõe um conceito inovador para a folia no Centro da capital baiana, conectando o Campo Grande, a Praça Castro Alves e o Pelourinho numa plataforma cultural com a marca da identidade soteropolitana. O objetivo é conquistar novos públicos para este polo da festa, especialmente a juventude negra da cidade.   

 

“Depois de dois anos, a gente estava colocando muita expectativa em relação a este Carnaval e fizemos uma organização do tamanho dessa expectativa. São mais de 1 mil atrações, Carnaval nos bairros e vários circuitos. O Carnaval do Centro é muito rico de cultura, muitos palcos diferentes, manifestações populares. Completo para o soteropolitano e para o turista. Convido todo mundo a estar aqui para curtir esses últimos dias, andar pela cidade, se movimentar. Viver esse Carnaval da Cultura e mais diverso na maior e mais plural festa de rua do mundo”, sublinhou Pedro Tourinho, titular da Secult.    

 

O Cole no Centro, acrescenta o gestor, chegou para reposicionar o Carnaval na região, articulando novos eventos que impulsionem uma programação alternativa capaz de complementar o mainstream estabelecido no Circuito Dodô (Barra-Ondina). Isso aliando a potência criativa da juventude negra, o frescor das sonoridades contemporâneas, a diversidade da música pop e as atrações que convidam as famílias para a festa, iluminando ainda mais a constelação de muitos carnavais que formam a folia soteropolitana. 

      

A iniciativa ganhou a aprovação de diversos foliões. “Sou nascida e criada no Pelourinho e amo o Carnaval desde pequena. Neste ano, notei que muitos artistas alternativos, que eu sempre quis ver na festa, tocaram aqui no Centro. Amei ver a Batekoo na Praça Castro Alves e Edson Gomes na Praça Tomé de Souza. Espero que essa tendência continue nos próximos anos”, disse Joana Sá, modelo negra de 21 anos.     

 

Já Rafaela Ribeiro, publicitária paulistana de 37 anos, ressaltou que veio curtir o Carnaval em Salvador pela primeira vez, em busca de um contato mais íntimo com sua ancestralidade africana. 

 

“Saí de São Paulo em busca de ancestralidade e cultura africanas. No meu primeiro dia, estive na Barra, que tem um Carnaval extremamente atrativo, porém, mais próximo do que temos no Sudeste. Talvez isso aconteça por ter muitos turistas. O Carnaval do Centro preserva a energia e cultura local, o que me encantou. O povo baiano cria uma atmosfera surreal de linda e no Centro isso conecta história, religiosidade e energia”, realçou. 

 

Para aliar a tradição dos clássicos da festa e do Circuito Osmar (o mais antigo da folia) com as novíssimas expressões das música baiana e brasileira, a programação do Cole no Centro se desdobra em 12 projetos temáticos, animados por mais de 100 atrações de diversos gêneros, incluindo 28 artistas (entre eles Léo Santana, A Dama, Thiago Aquino e Timbalada), arrastando a multidão com o trio sem cordas pelo percurso que atravessa o Campo Grande, a Avenida Sete de Setembro, a Praça Castro Alves e a Avenida Carlos Gomes. 

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