Prudente e preocupado com a possibilidade de o sistema de saúde colapsar, Valdelicio Silva, de 67 anos, alertou sobre a necessidade da imunização contra a gripe. “A importância é ainda maior nesse período. O sistema de saúde está em alerta, não podemos vacilar. É muito importante tomar essa vacina também. As pessoas precisam lembrar que a Influenza mata também”, disse.
Ele foi uma das pessoas que compareceram esta semana ao Multicentro de Saúde Amaralina – um dos postos de imunização em Salvador – para tomar a dose da vacina contra a H1N1. A segunda etapa da campanha foi iniciada na terça-feira (11) e engloba pessoas a partir de 60 anos e professores das redes pública e privada lotados na capital baiana. Até o dia 8 de junho, a SMS estima que 427 mil pessoas recebam a dose da vacina contra influenza.
O aposentado Edson Pessoa, de 75 anos, tomou a dose de reforço contra a Covid-19 no dia 17 de abril, e já procurou o posto de saúde. “Já estou preparado para tomar a vacina contra a gripe. Eu tomo todo ano. É importante que as pessoas se protejam. O imunizante nos dá maior segurança. Deus deu sabedoria ao homem para criar a vacina, a fim de nos proteger. Quem pode, tem que tomar”, alertou.
A professora da rede pública Vânia Alves, de 59 anos, destacou a necessidade da imunização para a retomada das aulas, de forma segura. “Para nós que vamos ter contato com alunos e colegas, a vacinação é fundamental. Todos os profissionais de educação precisam ser imunizados. Aconselho que todos procurem os postos de saúde, pois não podemos perder a oportunidade de receber a vacina. Precisamos retornar para as salas de aula com confiança e com segurança”, afirmou.
Baixa adesão – Iniciada há um mês com quatro públicos, a campanha de vacinação contra a influenza tem tido baixa adesão na capital baiana. Os dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) apontam que apenas 32% dos indivíduos habilitados foram vacinados. A meta é imunizar 90% do público eletivo.
O trabalhador da saúde é o público que menos procura pela vacina contra a gripe em Salvador: apenas 22% dos contemplados compareceram aos postos. Por outro lado, as puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) lideram no ranking dos grupos prioritários, com 40% de imunizadas, seguida de crianças entre seis meses e seis anos (39%) e gestantes (32%).
“A vacinação é a principal medida preventiva desta enfermidade, que apresenta maior incidência nos meses de junho e julho. Por esse motivo, é importante a imunização agora para que, no período de pico da doença, as pessoas com maior vulnerabilidade estejam protegidas, e essa baixa procura pela vacina nos preocupa. Em tempos de pandemia do coronavírus, não precisamos de leitos de emergência ocupados por indivíduos com sintomas gripais”, ressalta a subcoordenadora de Imunização da SMS, Doiane Lemos.
Recomendação – As pessoas que tomaram a vacina contra a Covid-19 devem se atentar para o intervalo de 14 dias para a aplicação entre os dois imunizantes. O objetivo da ação é reduzir complicações, internações e mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da gripe, além de evitar o colapso do serviço de saúde em tempos de pandemia de Covid-19.