BAHIA EM REVISTA

Alunos de escola municipal aprendem programação de forma lúdica

Mais do que aprender sobre cálculos em sala de aula, um grupo de alunos matriculados no 8º ano na Escola Municipal Hildete Lomanto, no Garcia, tem colocado conhecimentos matemáticos em prática junto a noções básicas de tecnologia. O resultado é que, em apenas três meses, os 20 estudantes que participaram das aulas de robótica desenvolveram pela primeira vez um robô. O protótipo possui aparência similar à de um extraterrestre, embora haja rodas, e foi feito com peças de um kit Lego.

As aulas de robótica na Hildete Lomanto fazem parte de uma disciplina eletiva desenvolvida pela escola em março passado. A ideia é dar consistência ao projeto, expandindo a iniciativa para alcançar mais alunos nos próximos anos.

“É uma experiência muito boa, porque os estudantes nunca tiveram contato com esse tipo de atividade. A robótica dá possibilidade de eles verem, na prática, o que aprendem muito na teoria. Isso possibilita desenvolver técnicas e habilidades que nas disciplinas comuns, às vezes, não é possível fazer com tanto afinco”, explica Jorge Sales, professor de Matemática e responsável por conduzir as atividades.

Ele recorda que ao anunciar o projeto no local para o ano letivo de 2023, houve até alunos oriundos de outras unidades de ensino que se matricularam na Hildete Lomanto. Para a seleção, foi necessário que os candidatos escrevessem uma carta demonstrando interesse em participar das aulas de robótica. O grupo é composto por meninos e meninas que cursam o 8º ano do Ensino Fundamental II. As aulas ocorrem uma vez na semana e têm duração de 50 minutos.

“Os alunos estão aprendendo programação, usando sensores de cor e de distância. Quando eles aprenderam em sala aquela regrinha matemática de que ‘menos com menos é mais’, na prática, agora, ela faz sentido. Quando o robô está no sentido positivo ele vai para frente. Se coloca um sinalzinho de menos (na programação), o robô vai para trás”, exemplifica Sales.

Mundo da tecnologia – O aparato eletrônico produzido pela garotada ainda não tem nome, mas a ideia é que a escola abra uma votação para que a própria comunidade escolar escolha um em breve. Construído com peças predefinidas, o robozinho possui uma série de movimentos controlados pelo computador via bluetooth.

“A gente chama de robô autodidata. Há um manual dizendo como são os encaixes. Qualquer escola do mundo começa com esse método. Depois que os alunos desenvolvem essa habilidade é que eles começam a criar um robô do nada”, acrescenta o professor.

A diretora da Hildete Lomanto, Ida Guimarães, reforça a necessidade para que o ensino dado nas escolas esteja alinhado às demandas do mundo moderno. “A educação hoje precisa trazer ferramentas e recursos tecnológicos para o espaço pedagógico, para que esse aprendizado seja mais atraente, efetivo e dinâmico, e que também desenvolva o protagonismo do aluno”.

Para 2024, a meta é criar um clube de robótica do qual os participantes que têm habilidades e interesses participem de atividades no contraturno dos conteúdos dados em sala.

Habilidades – De acordo com o professor Jorge Sales, a robótica ajuda a melhorar diversas áreas de conhecimento. Uma delas envolve a emoção e o aumento da autoestima. “Quando eles veem que uma missão foi bem executada se sentem motivados e estimulados”, pontua.

Além disso, existe a questão da convivência, porque os alunos precisam trabalhar em equipe. “Há o desenvolvimento das áreas da tecnologia, da linguagem de programação e engenharia porque para construir um robô existe todo um trabalho com engrenagem, motor, velocidade, giros. Então desenvolvem-se aí várias competências que não são só de exatas, como também habilidades emocionais, sociais e de respeitar o próximo”, avalia.

 

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