A partir desta terça-feira (4), a Zona Azul de Salvador dará início a mais uma evolução: a extinção das cartelas de papel para dar lugar à cobrança em formato eletrônico, com aceitação de pagamento através de dinheiro ou cartões de débito e crédito pelos guardadores de veículos, que se tornarão operadores de vagas.
Desenvolvido em parceria com o Sindicato dos Guardadores de Veículos do Estado da Bahia (Sindguarda), o sistema, que surge após a implantação da Zona Azul Digital, funcionando já com 11 aplicativos cadastrados, atende a uma demanda da própria categoria profissional e também da população. As duas primeiras áreas a extinguirem a cartela física serão a Barra e o Rio Vermelho.
Fase final – O prefeito lembrou que a iniciativa é a fase final do processo de implantação da Zona Azul Digital da cidade, com modelo que considerou a manutenção do trabalho do guardador, existente desde a década de 1970.
Ele ainda destacou outros benefícios com a medida. “Será uma relação diferente entre os cidadãos e os guardadores. Até outubro, todos os trabalhadores terão maquininha, estarão fardados e poderão ser claramente identificados pelo usuário, que só deve se dirigir a eles. Também estamos capacitando essas pessoas para que possam prestar um serviço de mais qualidade nas ruas de Salvador”, completou o prefeito.
Funcionamento – A nova atuação ocorrerá da seguinte forma: ao chegar à vaga, o usuário que não quiser utilizar um dos 11 aplicativos disponíveis da Zona Azul Digital poderá ter auxílio do operador, que terá à mão uma máquina portátil com GPS para registro do veículo na vaga, pagamento e emissão de comprovante, gerado pelo Núcleo de Operação de Estacionamentos (NOE). Este comprovante, em formato tíquete, não precisará ser deixado no carro, ao contrário da cobrança por cartela de papel.
A fiscalização será feita pelo agente de trânsito nos mesmos moldes do que já é praticado para quem utiliza aplicativo. Ou seja, ao fazer a leitura da placa no sistema, verificará se a situação do veículo no local está regular ou não.
Objetivos – O superintendente da Transalvador explicou que o objetivo inicial do processo de Zona Azul Digital foi diminuir a evasão de recursos, assim como evitar cartelas falsificadas e extorsão por guardadores clandestinos, melhorar a distribuição ou mesmo solucionar a falta de cartelas, possibilidade de rastrear a atuação dos guardadores e diminuir a obrigatoriedade do cidadão de pagar com dinheiro, evitando problemas com falta de troco, por exemplo.
O Zona Azul Digital também permitiu outros avanços desde o início da implantação. “Há mais um ano foi montada toda uma estrutura, com criação do Núcleo de Operações para Estacionamentos (NOE), sistema de gestão para dar mais transparência e controle ao sistema de Zona Azul, foi feito o chamamento onde foram cadastrados 11 aplicativos em operação na cidade, reforço na fiscalização e, agora chegam ao último momento com a atualização do Sindguarda”, concluiu Muller.
Aprovação – Presente na ocasião, o presidente do Sindguarda, Melquisedeque Santos, afirmou que a ação vai facilitar bastante o trabalho dos profissionais. “Melhora muito a situação deles, porque vão ter uniforme, maquineta e, principalmente, se diferenciar dos clandestinos. As cartelas já estão ultrapassadas, muitos flanelinhas usavam o material para extorquir o usuário. Os guardadores vão ser muito valorizados com essa mudança.”
Há quatro anos atuando na região do Rio Vermelho, o guardador Raimundo Jorge, 59 anos, afirmou que o novo sistema vai dar uma nova imagem à categoria. “Por causa dos clandestinos, os guardadores são vistos da mesma forma, como pessoas sem educação e sem escrúpulos. Com essa nova gestão, vai dar mais segurança pra gente. Na capacitação, aprendemos principalmente como se dirigir ao cliente e ter autocontrole com clientes mais exaltados”, opinou.