Um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, Evaristo de Macedo, carinhosamente apelidado de “Mestre”, completa 90 anos nesta quinta-feira (22).
Nascido em 1933, no Rio de Janeiro, o ex-atacante é o único jogador a marcar cinco vezes em uma partida pela Seleção Brasileira – contra a Colômbia, em 1957. No total, foram 14 jogos e oito tentos.
Macedo iniciou sua carreira no Madureira, aos 17 anos. Pouco depois, rumou ao Flamengo, onde foi tricampeão carioca. De lá, o destino foi o Barcelona.
Na Espanha, Evaristo fez história. A começar pelo clube catalão, foram 178 gols em 226 jogos – até hoje, é o brasileiro com mais bolas na rede pelo Barça -. Virou ídolo e empilhou troféus.
“Apenas fiz a minha parte e o que esperavam de mim: responsabilidade, profissionalismo e gols. Barcelona e Real Madrid fazem parte da minha vida e fico muito feliz de que me respeitem e admirem, mesmo após tanto tempo. E a recíproca é verdadeira”, avaliou o ex-goleador.
Ele esteve no grupo que disputou as Eliminatórias, em 57, mas por conta de sua importância, o Barcelona não quis liberá-lo para a disputa da Copa do Mundo de 1958. A Seleção Brasileira foi campeã pela primeira vez naquele ano.
Foi para o maior rival, o Real Madrid, e conquistou mais troféus. Voltou ao Flamengo, conquistou o tetracampeonato carioca e se aposentou como jogador.
“Depois de 60 anos no futebol, sinto uma sensação de dever cumprido ao estar sempre entre os melhores jogadores, treinadores e clubes, bem como ser respeitado por onde passei”, disse o Mestre.
Já como técnico, o carioca conquistou, entre outros troféus, o Campeonato Brasileiro pelo Bahia, em 1988, a Copa do Rei, em 1982/83, pelo Barcelona, e a Copa do Brasil, pelo Grêmio, em 1997. Ele também disputou uma Copa do Mundo treinando o Iraque.
Recentemente, Evaristo foi homenageado pelo Flamengo, no Maracanã, por conta de seu aniversário.
“É um orgulho fazer parte dessa linda e vitoriosa história do Flamengo. A homenagem significa isso. É realmente uma honra”, contou.
No futebol, é difícil marcar história por onde passa. Evaristo conseguiu isso. Em entrevista ao Museu da Pelada, em 2016, o ex-atacante definiu sua relação com a bola.
“A bola foi uma grande companheira, não há dúvida”, lembrou. Dos 90 anos vividos, 72 deles foram trabalhando com o esporte que sempre amou. Vida longa, Mestre. Todos temos a aprender com seus ensinamentos. O senhor precisa sempre ser celebrado.