BAHIA EM REVISTA

Sala sensorial de escola municipal no Pau Miúdo melhora aprendizado de alunos com deficiência

A Escola Municipal Julieta Viana, situada na Avenida Barros Reis, no bairro de Pau Miúdo, é a primeira unidade da rede de ensino a ter sala sensorial para atender crianças com deficiência. O espaço vai beneficiar 45 alunos e oferece equipamentos específicos para melhoria da aprendizagem através de estímulos sensoriais capazes de regular as emoções e desenvolver habilidades, auxiliando na atenção e no foco dos estudantes.

A novidade no local ocorre após a Julieta Viana ter sido recentemente beneficiada com uma ampla requalificação promovida pela Prefeitura. A sala foi montada com recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola Soteropolitana (PDDES), iniciativa que tem possibilitado mais autonomia na gestão administrativa, financeira e pedagógica de cada unidade escolar.

Na prática, a sala sensorial dá possiblidade aos educadores que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) de ofertarem dinâmicas específicas para as crianças da Educação Infantil ao Fundamental I. Isso porque o local possui parede de escalada, pula-pula, entre outros mobiliários para estimular as habilidades motoras e cognitivas.

O pequeno Davi, de 6 anos, possui Transtorno do Espectro Autista e é aluno da escola desde os 3. Para a mãe do menino, Jaquelane Nascimento, 36, o ambiente sensorial é uma ferramenta importante para o processo de aprendizado do filho.

“Ele tem alguns picos de agitação. Poder retirá-lo do ambiente da sala regular e trazê-lo para esse espaço, que vai trabalhar os sentidos dele e acalmá-lo, fará toda a diferença. É o uso do lúdico para aprender. Usamos muito as brincadeiras no dia a dia, e poder fazer isso na escola será fundamental. A unidade vai poder ampliar a terapia que já faço com ele fora daqui. Chega chorei quando soube”, afirma a genitora, que vive exclusivamente para cuidar do filho.

A estimativa é que outras salas sensoriais sejam implantadas em outras escolas da rede municipal de educação.

Espaço acolhedor – Gestora da Escola Julieta Viana há 14 anos, Gilmara Santana diz que a sala sensorial foi pensada exatamente para atender as crianças que demandam um olhar mais atento e cuidadoso.

“Quando recebemos o recurso municipal do PDDE, que é transferido da Prefeitura para as escolas, logo pensei na estrutura para os meninos e meninas que necessitam de mais inclusão. Montamos com muito carinho a sala sensorial”, diz.

Dos 450 alunos matriculados na unidade, 10% têm alguma deficiência e, consequentemente, farão uso do espaço. “Temos casos de autismo, Down e outros transtornos. Agora, temos um espaço para trabalhar os sentidos deles, a fim de ajuda-los no processo pedagógico na sala de aula regular, desenvolvendo terapias motoras. Para nós e para as mães, é a realização de um sonho”, complementa a diretora.

Segundo ela, o AEE da escola sempre foi referência na rede municipal de ensino. “Temos inclusive alunos que estudam em colégios do estado e vêm para o nosso AEE no turno oposto”, afirma.

Gratidão – Mãe de Silas Costa, de 7 anos, Patrícia Costa fala sobre o acolhimento da escola, onde o filho, que nasceu com Síndrome de Down, estuda.  “Quando soube da sala sensorial fiquei muito feliz. É aqui que a mágica vai acontecer na vida dos nossos filhos. Só quem é mãe atípica vai entender o que estou dizendo. É uma conquista maravilhosa para vida deles e para a gente também”, comentou, visivelmente emocionada.

“A forma mais linda para acolher os especiais”. Dessa forma, Railda Bonfim, 32 anos, definiu o novo espaço da Julieta Viana. Mãe de Elias Bonfim, de 7 anos, ela reforça o quanto o trabalho feito na unidade de ensino é fundamental para o desenvolvimento de crianças autistas.

“Meu filho avançou tanto desde quando chegou aqui há três anos. A equipe é tão especial, sou tão grata. Agora, então, com a implantação da sala, vai aprender ainda mais. Tenho certeza do maravilhoso trabalho que será realizado nesse espaço”, pontuou.

A sala sensorial da Julieta Viana recebeu o nome da professora Teresa Cristina de Holanda, que implantou as primeiras salas multifuncionais na rede e hoje atua na coordenação do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

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