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Prefeitura promove sensibilização para incentivar doação de córneas em Salvador


A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) deu início a uma série de encontros que capacitará médicos, enfermeiros e assistentes sociais do município, no incentivo à doação de córneas. A primeira sensibilização, ocorrida na sede do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), no Pau Miúdo, teve como foco servidores atuantes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), visando auxiliar na abordagem junto a pacientes e familiares assistidos nas unidades municipais.

 

As doações tiveram início em 2018 e, hoje, na Bahia, a fila de espera por uma córnea contabiliza 1.234 pessoas, que aguardam em torno de 17 meses pelo órgão. De acordo com o coordenador de Urgência e Emergência da SMS, Ivan Paiva, a Saúde está tentando mobilizar a rede, juntamente com o banco de olhos, pelo elevado número de pessoas que estão na fila aguardando.

 

“Esperamos, através da abordagem, mobilizar a nossa equipe para que possa conversar com as famílias, oferecendo a possibilidade da doação. Uma doação de córneas possibilita que duas pessoas voltem a enxergar. Sabemos que é um momento de perda, de sofrimento, mas significa uma luz na vida de outras pessoas, que podem ter um problema ocular resolvido, ou minimizado. Nós tentamos motivar a equipe, com uma abordagem adequada, humanizada”, afirmou Paiva.

 

O que chama atenção da SMS é a taxa de negativa familiar, superior a 70%. De acordo com dados oficiais do Estado, a fila de espera cresceu no período da pandemia, mesmo depois de uma campanha premiada do Banco de Olhos, realizada entre 2017 e 2019 (fila zero de córnea) que, na época, reduziu o número de inscritos, de 1,3 mil para 496, e o tempo de espera, de dois anos para cinco meses.

 

Empatia – Responsável pela capacitação e coordenadora de Educação Continuada do Banco de Olhos, Marli Nascimento destaca que, no cenário pós-pandemia, houve o aumento da fila de pacientes que precisam de transplante. “A rede tem um grande potencial de captação de doadores. Sabemos que é um momento difícil para a família que perdeu um ente, mas tentamos levar essa fala, mostrando que através da doação outras pessoas podem voltar a enxergar”, disse.

 

Segundo Marli, o objetivo é zerar a fila até dezembro. “Temos potencial. São 16 unidades no município, então esse é o momento de se colocar no lugar do outro, de ter empatia na conscientização não só do transplante de córnea, mas também de outros órgãos”, destacou.

 

Sem custos – Diferentemente do que acontece com outros órgãos e tecidos (como coração, rim e fígado), aproximadamente 90% das córneas doadas têm condições de serem transplantadas. Elas podem ser preservadas por até 15 dias após a sua retirada. A doação não acarreta nenhum gasto para a família do doador.

 

Os transplantes permitem que pessoas com alguma deficiência visual por problemas de córnea recuperem a visão.  Durante um transplante de córnea, o botão (ou disco) central da córnea opacificada (embaçada) é trocado por um botão central de uma córnea saudável.  Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual, por problemas de córnea.

 

Qualquer indivíduo entre 2 e 80 anos pode ser doador.  Diante de uma notificação de potencial doador, será realizada uma triagem através de aplicação de questionário junto aos familiares, revisão de histórico médico e exames de sangue para definir se há alguma contraindicação à doação.

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