A Prefeitura firmou parceria com o Conselho Britânico e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para um novo ciclo do programa Afroestima em 2024 e anunciou que vai requalificar o museu Ilé Ohun Lailai, situado no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. Durante abertura do Festival Salvador Capital Afro, na semana passada, no Espaço Cultural da Barroquinha, o prefeito Bruno Reis assinou um termo de cooperação com representantes das duas organizações internacionais para efetivar o novo ciclo do Afroestima, que oferecerá capacitações para formação da comunidade negra na capital baiana. O investimento será de R$ 400 mil.
Criado em 2021, o Afroestima é uma plataforma educacional que oferece um conjunto de módulos técnicos de desenvolvimento pessoal para os afroempreendedores em diferentes áreas. Na próxima edição serão oferecidas capacitações de marketing e engajamento, gestão de negócios, empreendedorismo, artes e ofícios, liderança feminina, mentorias, entre outras. Mais de 1 mil pessoas foram certificadas através do programa.
“São qualificações para que a população negra possa potencializar suas atividades comerciais e ampliar seus horizontes de atuação. Salvador, que era conhecida pelas belezas naturais, pelo seu rico patrimônio arquitetônico, cultural e gastronomia, passou a ser divulgada no Brasil e no mundo também como a capital afro. Esse passou a ser o nosso principal diferencial em relação a muitas outras que têm características semelhantes como a nossa, mas só nós temos mais de 80% de população negra”, destacou Bruno Reis.
Desenvolvido pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), o Afroestima atende tanto os empreendedores que está começando um negócio quanto aqueles que já possuem faturamento e atividades comerciais mais avançadas. Para o 2024, as inscrições serão abertas na segunda quinzena de fevereiro no site www.afroestimasalvador.com.br.
As atividades ocorrem de forma gratuita, no formato híbrido (online e presencial) ou virtual. O programa tem entre o público-alvo, por exemplo, baianas; capoeiristas; trançadeiras, turbanteiras, atividades ligadas à moda e beleza; artistas e produtores culturais (música, dança, visuais); griôs; blocos afro e afoxés, samba; igrejas, terreiros, lojas de artefatos religiosos; feirantes e ambulantes; guias turísticos, meios de hospedagem, agências e operadores de turismo; profissionais de tecnologia, como programadores, web designers.
Museu – Além de anunciar a continuidade do Afroestima para 2024, Bruno Reis também anunciou a requalificação e restauro do museu Ilé Ohun Lailai, situado no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro. O museu foi criado pela iyalorixá Mãe Stella de Oxóssi, uma das mais importantes representantes do candomblé brasileiro que faleceu em 2018. A Prefeitura está concluindo o projeto para intervenções no espaço, que resguarda um acervo histórico do centenário e de um dos mais tradicionais templos de candomblé do estado.