BAHIA EM REVISTA

Pandemia pode resultar em geração perdida de jovens

A pandemia de Covid-19 comprometeu o desenvolvimento de milhões de crianças e jovens nos países de baixa e média renda, divulgou o Banco Mundial. A combinação de ensino remoto ineficiente, fechamento de locais de trabalho e insegurança alimentar comprometerá a produtividade na vida adulta.

De acordo com relatório da instituição financeira, a deficiência de conhecimento nas crianças de até 5 anos pode se traduzir em queda de 25% nos ganhos na vida adulta. Nas crianças em idade escolar, a perda pode ser de até 10% dos rendimentos. A pandemia, ressaltou o Banco Mundial, impactou o capital humano, definido como conhecimento, competências e saúde acumulada ao longo da vida.

Segundo o relatório, intitulado Colapso e recuperação: como a pandemia de covid-19 deteriorou o capital humano e o que fazer a respeito, os índices de aprendizagem estão longe de se recuperar em relação ao período pré-pandemia. As crianças em idade pré-escolar (até 4 anos) tiveram desempenho 34% pior em linguagem e alfabetização e 29% em matemática na comparação com 2019.

A deterioração repete-se nas matrículas. No fim de 2021, as matrículas em diversos países estavam mais de 10 pontos percentuais abaixo do observado antes da pandemia. As crianças em idade escolar (6 a 14 anos) perderam 32 dias de aprendizagem para cada 30 dias de fechamento das escolas. Isso porque os alunos não apenas deixaram de aprender, mas esqueceram parte do que haviam aprendido.

O efeito é ainda mais cruel nos países de média e de baixa renda, que não puderam implementar políticas eficientes de ensino remoto. A insuficiência de aprendizagem aumentou e, agora, cerca de 70% das crianças de 10 anos não conseguem entender um texto básico. Quase 1 bilhão de crianças perdeu pelo menos um ano de ensino presencial e mais de 700 milhões perderam pelo menos um ano e meio nesses países.

 

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