Além da tragédia da perda de vidas e dos graves impactos na economia dos trabalhadores e das empresas, a pandemia do novo coronavírus também afetou os cofres públicos de Salvador. Os efeitos fiscais têm sido muito severos, gerando, na capital baiana, um déficit fiscal de R$ 240 milhões somente até o mês de junho, calculou a Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz).
Isso ocorre principalmente em função dos recursos próprios destinados para cobrir o déficit gerado pelo montante aplicado no combate à pandemia, a exemplo do necessário esforço para ampliação de leitos, somando R$225 milhões, e das perdas de receitas correntes provocadas pela redução da atividade econômica, que totalizam R$195 milhões até junho. Enquanto isso, de verbas federais, Salvador recebeu no período R$180 milhões.
De acordo com a Sefaz, as incertezas em torno da duração e da intensidade da crise sanitária não permitem vislumbrar a eliminação deste déficit no futuro próximo, em que pese a previsão de novos repasses federais nos próximos três meses.
“Salvador está conseguindo enfrentar seriamente o problema da pandemia por ter constituído, de 2013 para cá, uma situação fiscal sólida, após a atual gestão organizar as contas da Prefeitura. Por isso, economizando em outras áreas, conseguimos, por exemplo, criar mais de 400 leitos exclusivos para tratar pacientes com a Covid-19. Mas o momento é preocupante, sobretudo porque a crise pode se agravar”, afirmou o titular da Sefaz, Paulo Souto.