BAHIA EM REVISTA

Mercado Modelo atrai baianos e turistas pela história e diversidade

A diversidade de lembranças da Bahia empresta um colorido especial ao Mercado Modelo, em Salvador. Localizado na Cidade Baixa, bem de frente à Baía de Todos-os-Santos, o maior centro de artesanato da capital baiana, parada obrigatória para turistas que visitam a cidade, completa 50 anos da fase mais recente da sua história de mais de um século, marcada por incêndios e recomeços.

O Mercado Modelo foi criado em 1912, para organizar o comércio, especialmente o de gêneros alimentícios, vendidos nas ruas, em estruturas precárias e sem preocupação com a higiene, contribuindo para a disseminação de doenças em Salvador, como a peste bubônica e a cólera. A estrutura passou por alguns incêndios, sendo em 1969 o de maior proporção e que levou à demolição do prédio. Com isso, o mercado foi transferido para a edificação vizinha, a da Alfândega, em estilo neoclássico, sendo reaberto em 2 de fevereiro de 1971.

Nos corredores de pedras em forma de arcos, o turista encontra desde camisetas a imagens de orixás, berimbaus, pinturas e até pimenta em conserva. No andar de cima, é possível experimentar os ricos sabores dos pratos oferecidos por dois restaurantes conhecidos pelas receitas tradicionais da Bahia. No subsolo, um labirinto de galerias – atualmente fechado à visitação – mexe com a imaginação de populares, que contam diferentes versões sobre o uso das galerias subterrâneas.

Para alguns, a área teria sido usada para aprisionar e castigar escravos. Mas, de acordo com o historiador Rafael Dantas, da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur), esta versão já foi descartada por estudiosos, tendo em vista a data da construção do prédio (1861). “O subsolo dá suporte à estrutura do prédio. Em relação às hipóteses, a mais provável é a sua possível utilização como adega para guardar vinhos, cachaças e aguardentes”, esclarece Dantas.

A história do Mercado Modelo é marcada também pela visita de personalidades ilustres, como a rainha da Inglaterra Elizabeth II; o ator e diretor Orson Welles; o casal de filósofos e escritores Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir; e o poeta Pablo Neruda. Mas, segundo o historiador, foi nos anos 80 e 90, que o Mercado Modelo consolidou-se como salão receptivo de turistas e feira de artesanato da Bahia.

O secretário de Turismo do Estado, Fausto Franco, considera o Mercado Modelo um “grande guardião do espírito baiano”. “Personagens típicos da Bahia, nossas artes, cultura, gastronomia e história estão reunidos em um mesmo lugar. Vale muito a pena conhecer ou revisitar! As lembranças desse nosso atrativo estarão sempre na memória de quem conheceu Salvador”, convida.

 

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