A Prefeitura de Salvador iniciou as atividades do Eu me Protejo na Escola, projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres Infância e Juventude (SPMJ), em parceria com a Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA), para orientar os alunos das escolas municipais a conhecerem o próprio corpo e a se protegerem de situações de abuso e exploração sexual. A iniciativa é uma das ações do Maio Laranja, campanha de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
A orientação ocorreu de maneira leve e participativa, contando com o apoio de banners, ventarolas, cartilhas e de dinâmicas realizadas com a atuação dos estudantes. Pela manhã, o projeto esteve na Escola Municipal Cosme de Farias, em Nazaré, e à tarde na Escola Municipal Permínio Leite, no Dois de Julho. Neste último, cerca de 20 alunos do 4º e 5º anos, com idades entre 10 e 12 anos, participaram da atividade.
Educação do corpo – Estudante de Medicina da Universidade Salvador (Unifacs), Victória Evelyn conduziu a explicação com perguntas às crianças sobre o conhecimento que elas tinham sobre o corpo humano, sobre o que são partes íntimas e sobre como agir se alguém tentar tocar nessa região do corpo. As crianças participaram a todo o momento e estiveram atentas às orientações.
“Antes de entregar a cartilha, a gente orienta sobre educação do corpo, onde pode pegar, onde não pode, o que são partes íntimas, todo um cuidado com as crianças para que elas possam se proteger da violência. A gente entende que se a pessoa aprende desde pequena onde deve proteger, ela não vai sofrer a violência e vai crescer sem esse dano”, lembrou a coordenadora de Políticas Públicas para Infância, Adolescência e Juventude da SPMJ, Dinsjani Pereira.
A diretora Adina Romeiro definiu a iniciativa como uma parceria importante. “É um trabalho de conscientização em que os alunos ficam conhecendo o próprio corpo e sabendo quais condutas tomar caso passe por situações como essas. Saber como lidar de maneira educativa com essas questões é essencial dentro da escola. E eles tornam-se multiplicadores também, porque levam para casa, informam para os pais e para os irmãos, fortalecendo a prevenção”, afirmou.
Aluno do 5º ano, Jonathan Kauê, de 11 anos, considerou a atividade importante. “Ela incentiva o respeito e protege da agressão e da violência contra a criança e o adolescente”, apontou.
Parceria – Em parceria com a SPMJ, estudantes de medicina da Unifacs participaram do projeto, orientando as crianças. “A gente sempre trabalha com projetos de educação e saúde. Como estamos no Maio Laranja, houve esse link entre a instituição e a SPMJ. Eu gosto muito de trabalhar com criança e ter a oportunidade de sensibilizá-las de um tema tão importante, tem me deixado muito feliz. A gente sabe que esse tema do abuso e exploração sexual é um tabu e que esse tabu precisa ser quebrado, pois o conhecimento protege”, disse Victória.
Ela lembrou que muitas crianças sofrem violência e acham normal, então, com o projeto, os pequenos ficam atentos a esse tipo de situação. “Muitos não entendem que é algo perigoso, que aquilo é um abuso. Aquela realidade, que é a única que eles conhecem, acaba sendo entendida como normal. E a nossa intenção é protegê-las dessa forma, sensibilizando de que se alguém tentar algo desse tipo, não é normal, e de que elas precisam comunicar aos pais, à polícia ou buscar ajuda de alguma forma”, acrescentou.
Cartilha – Elaborada pela Defensoria Pública da Bahia, a cartilha Eu me Protejo conta com informações sobre o corpo humano, situações de perigo, como agir e quem procurar em situações de abuso e exploração. A distribuição está sendo realizada a partir da assinatura de um termo de cooperação entre a (DPE-BA) e a Prefeitura de Salvador, no último dia 3. Além da cartilha, estão sendo distribuídas ventarolas com informações sobre o tema e também disponibilizados banners para fixação nas escolas.