O mês de janeiro é marcado pelo Dia Mundial Contra a Hanseníase e Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase (30), que acontece no próximo dia 30. Em Salvador, a campanha de mobilização, denominada Janeiro Roxo, alerta aos cidadãos para a necessidade de tratamento da doença, que é promovida através do Programa Municipal de Controle de Hanseníase, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
O programa acontece em 121 postos de saúde espalhados pela capital, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A ação conta com equipes multidisciplinares e capacitadas para lidar com pacientes com suspeita ou acometidos pela doença.
A hanseníase é transmissível e acomete, principalmente, os nervos e a pele. Os sintomas da patologia são manchas em qualquer parte do corpo, esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, com perda da sensibilidade, podendo atingir a face (olhos, orelhas e nariz).
A transmissão da doença se dá por vias aéreas, através das gotas eliminadas no ar pela tosse, fala e espirro de pessoas doentes e sem tratamentos. A patologia tem cura, mas requer um diagnóstico precoce para melhor eficácia no tratamento da doença. O tempo de incubação da doença leva em torno de 2 a 7 anos.
Dados – O secretário da SMS, Decio Martins, destaca que, no período de 2011 a 2021, Salvador registrou 3.070 casos novos de hanseníase na população geral. “Portanto, temos um cenário no qual não há dúvidas que o acolhimento, o tratamento na rede municipal é de suma importância. Para isso, temos uma estrutura consolidada, e um campo técnico específico, que é referência nacional para cuidar dessa temática”, declara.
O médico clínico Afonso Roberto Batista alerta sobre os cuidados e números de casos ocorridos em menores de idade. “Em Salvador, cerca de 6% dos casos ocorrem em menores de 15 anos. Isso é preocupante, porque significa que há alguém em casa portador da doença e que ainda não foi diagnosticado”, disse.
Esperança – Acompanhada desde o ano de 2002 pela rede municipal de saúde, Maria das Dores Santos conta que, desde o diagnóstico, tem sido acompanhada por equipes multidisciplinares que lhe fizeram entender melhor sobre a doença. “No início foi muito difícil. Confesso que a hanseníase mexeu bastante com meu psicológico. Mas, gradualmente, fui passando a entender sobre o tratamento da doença”.
Ela conta que o tratamento oferecido nos postos de saúde a ajudou a resgatar a autoestima. “Precisamos quebrar esse paradigma de preconceito e procurar um tratamento. Agradeço demais à Prefeitura pela disponibilidade do programa nos postos de saúde, e a mensagem que deixo para todos é para não ter vergonha em caso de suspeita, pois a doença tem tratamento e cura”, reforçou.