As inscrições para o projeto Ayó Gbogbo Axé – Salvador Cidade Patrimônio estão abertas até esta terça-feira (19). Trata-se de uma premiação que reconhece a trajetória dos detentores culturais responsáveis por manter e transmitir patrimônios imateriais existentes na capital baiana, a exemplos do Samba Junino, Festa de Yemanjá, ofícios dos mestres carpinteiros navais, baianas de acarajé, entre outros.
O edital é desenvolvido pela Associação dos Terreiros da Bahia – Egbé Axé e conta com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e Lei Paulo Gustavo.
Para participar, as propostas devem ser apresentadas por instituições de direito privado sem fins lucrativos, as chamadas Organizações da Sociedade Civil (OSCs). As instituições devem ter finalidade cultural declarada no estatuto social e estar estabelecidas em Salvador há pelo menos dois anos.
A seleção e premiação vão destacar 30 detentores culturais, com prêmios de R$ 15 mil reais cada, divididos em duas categorias: Individual e Coletivos e Organizações. Sendo assim, tanto agentes culturais (pessoas físicas) quanto grupos e coletivos (formalizados ou não) podem concorrer a uma das premiações.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do formulário online disponível no link https://bit.ly/4hz5L3F. Os interessados devem encaminhar um vídeo com duração entre 5 e 10 minutos, com apresentação e respostas das perguntas que constam no roteiro para gravação do vídeo de inscrição, disponível no anexo do edital.
As perguntas envolvem assuntos como a memória histórica, reconhecimento comunitário, aprendizado e legado cultural, preservação e inovação, e impacto sociocultural do agente cultural para a proteção, manutenção e salvaguarda do bem imaterial ao qual está vinculado, dentre outros aspectos.
De acordo com o gerente de patrimônio cultural da FGM, Vagner Rocha, essa é mais uma iniciativa de salvaguarda dos bens imateriais da cidade. A estratégia inclui uma série de atividades formativas de gestão e educação patrimonial como a elaboração dos planos de salvaguarda da Festa de Yemanjá e do Ofício dos mestres carpinteiros navais, revisão do plano de salvaguarda do Samba Junino, entre outras iniciativas.
“Esta premiação é de suma importância porque reconhece quem são as pessoas que fazem o patrimônio acontecer. A Festa de Iemanjá, por exemplo, não aconteceria sem os pescadores da Colônia Z1 do Rio Vermelho. O Samba Junino não teria a força que tem nas comunidades se não fosse a dedicação dos mestres e seus grupos que fazem os arrastões pelas ruas dos bairros. Não existe salvaguarda dos patrimônios imateriais sem a valorização e o reconhecimento dos seus detentores. O principal objetivo da premiação é justamente esse”, destaca o gestor.