Além de ser uma das capitais brasileiras com menor número de fumantes, com índice de apenas 4,1% – conforme pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel/2018) do Ministério da Saúde – Salvador conseguiu reduzir em 32% o número de estudantes do 9º ano do ensino fundamental que já experimentaram cigarros. É o que aponta a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) – 2019, divulgada no final do ano passado.
Os resultados da PeNSE, mostraram que a experimentação do cigarro em 2009, ano de início da pesquisa, foi de 20,4% e, em 2015, foi de 13,8%, apontando uma redução de 32%. O estudo é realizado a cada três anos, com escolares adolescentes, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com o apoio do Ministério da Educação (MEC). O objetivo é de subsidiar o monitoramento de fatores de risco e proteção à saúde em escolares do Brasil.
De acordo com Sulamita Reis, técnica de referência do Programa Municipal de Controle ao Tabagismo (PMCT), estes números representam um avanço das políticas realizadas pelo Ministério da Saúde (MS) e Instituto Nacional do Câncer (Inca), e deve-se principalmente ao êxito do PMCT, que é realizado em Salvador com empenho e foco direcionado ao controle do tabagismo.
O tratamento do adolescente tabagista é realizado através de uma abordagem intensiva nas sessões estruturadas, com abordagens mais terapêuticas e não medicamentosas. “Essa redução é de extrema importância, pois quanto menos jovens estiverem fazendo uso do tabaco hoje, consequentemente teremos menos adultos fumantes. Isto reflete na redução de doenças e mortes causadas por consequência do tabagismo, ou seja, impacta diretamente a saúde pública”, explica Sulamita.
Tratamento – O tabagismo é o único fator de risco totalmente evitável e responsável por mortes, doenças e alto custo ao sistema de saúde, assim como afeta indiretamente a qualidade de vida do cidadão e da sociedade. Em Salvador, o tratamento pode ser encontrado em 33 unidades, que prestam esse tipo de atendimento gratuitamente aos dependentes, através do PMCT.
Este ano, devido à pandemia, a unidade tem realizado atendimento individual, teleatendimento, grupos presenciais menores com oito pessoas e grupos virtuais. O acompanhamento das pessoas que decidem participar do PMCT é feito por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos, dentistas, enfermeiros e assistentes sociais, dentre outros especialistas.