A Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), mantém diversos espaços municipais de incentivo à cultura, alguns no Centro Histórico de Salvador e outros em bairros como Cajazeiras, Coutos e Valéria. Juntos, esses equipamentos são responsáveis por fomentar eventos importantes para a cidade e por estimular o desenvolvimento artístico e criativo da população, tornando-se pontos de encontro para diferentes grupos artísticos e para o público, que se beneficia com as programações diversificadas.
No ano passado, 6.010 agentes culturais foram beneficiados pelas atividades formativas presenciais e on-line realizadas nos espaços da FGM. Ao longo do ano, 1.434 ações foram realizadas, com um público total de 133.576 pessoas. Com isso, é possível dizer que cerca de 140 mil pessoas foram impactadas pelos equipamentos municipais de cultura, entre público e agentes culturais.
Agenda movimentada – Eventos importantes foram realizados nesses espaços, como a ocupação artística Salvador em Ópera, o Salvador Capital Afro – evento de valorização da economia criativa e do afroturismo, que contou com atrações internacionais –, o Scream Festival e a VI Conferência Municipal de Cultura. O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, ressalta que, apesar de não ser uma tarefa fácil a manutenção desses espaços, todos estão em funcionamento e com uma agenda bem movimentada.
“Quando eu cheguei à Prefeitura, em 2013, os espaços estavam todos sucateados e sem funcionar. Então, a gente foi lentamente requalificando e reinaugurando esses locais. Inaugurar os equipamentos é fácil; a dificuldade está em mantê-los. No entanto, os espaços da Prefeitura estão funcionando a todo o vapor, pois nós temos uma preocupação muito grande com a manutenção e programação dos eventos para esses locais”, relatou o gestor.
Equipamentos – No Centro Histórico está situado o Quarteirão das Artes, que abriga equipamentos importantes para o cenário artístico e cultural de Salvador, a exemplo do Teatro Gregório de Mattos (TGM), que conta com a Galeria da Cidade, que reúne uma exposição permanente sobre Gregório de Mattos; o Espaço Cultural da Barroquinha, que tem o palco para apresentações, o pátio para shows e a Galeria Juarez Paraíso, com a também permanente exposição Orixás da Bahia; e a nova sede da Fundação Gregório de Mattos (FGM). Tudo isso ao lado do icônico Cinema Glauber Rocha, único que não é administrado pela FGM na região.
A sede da FGM abriga o Espaço Cultural Boca de Brasa, com duas salas amplas para ensaios, cursos e oficinas; a sala Nelson Maleiro, uma sala multiuso para encontros, palestras e debates e o Café Teatro Nilda Spencer, espaço cultural com uma programação composta por projetos e atividades através de demanda espontânea e também por projetos desenvolvidos pela FGM. Já no Pelourinho, na Rua Padre Agostinho Gomes, a Casa do Benin funciona como um equipamento cultural de valorização, fruição e de preservação das culturas negras e afrodiaspóricas, com um acervo que conta um pouco da visão cultural beninense, a partir de peças trazidas desse país africano.
Produções nas comunidades – Além de todos esses espaços para a manifestação de expressões artísticas e culturais, a FGM é responsável por administrar três Espaços Culturais Boca de Brasa, situados no Subúrbio 360, que tem um teatro com 400 lugares; no Espaço Boca de Brasa de Cajazeiras, com capacidade para 200 pessoas; e no Centro de Artes e Esporte Unificado (CEU) de Valéria, que também conta com um teatro com capacidade para 200 pessoas.
Segundo Guerreiro, cada um desses espaços tem um marco muito forte, uma característica própria. “O Espaço Cultural da Barroquinha é muito ligado à cultura afro, assim como a Casa do Benin, sendo que esta última abriga mais exposições e gastronomia, e o Espaço Cultural da Barroquinha abriga mais os espetáculos de dança e de teatro. Já o TGM, que é um projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, tem uma relação muito maior com espetáculos de vanguarda, mais contemporâneos”.
Em complemento às ações culturais do Centro da cidade, os Espaços Boca de Brasa exercem uma relação direta com o que é produzido nas comunidades, trabalhando com um dos objetivos fundamentais da FGM, segundo Guerreiro, que é descentralizar, fazer com que Salvador tenha vários polos de cultura. “É uma missão nossa manter todos esses equipamentos atendendo às demandas da comunidade, mas também promovendo grandes eventos, sempre dentro dessa linha de apoio à cultura, principalmente local”, finalizou o presidente da FGM.