Reunindo diversas importantes dimensões culturais, como a identidade de matriz africana, a visibilidade LGBTQIA+ e o Patrimônio Cultural, o projeto “Pokett Nery – Rainha do Samba Junino” traz um documentário com a dançarina trans Pokett Nery, onde se torna atriz principal de sua história de luta e resistência. A estreia acontece nesta sexta-feira (30), às 19h, no canal do YouTube da Obá Cacauê.
O projeto é um dos contemplados pelo Prêmio Jaime Sodré de Patrimônio Cultural, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério do Turismo.
Moradora do Alto das Pombas, Pokett Nery foi referência na cidade, enaltecida como rainha do samba duro, ritmo principal do samba junino. O documentário, filmado na capital baiana, traz imagens dos bastidores do “Especial do Samba Junino: Pokett Nery convida suas estrelas”, programa que foi ao ar em 29 de janeiro, no Dia Nacional da Visibilidade Trans e teve a participação das dançarinas cis, Tininha, e trans, Jujuba, além de Augusto Conceição e banda, no Espaço Cultural Casa do Maestro.
Como narrativa, a produção se baseia no cinema direto, em que a câmera acompanha os personagens em sua jornada. “Em tempos de negacionismo, o documentário vem com a proposta de ampliar a liberdade e ocupar os espaços em toda sua esfera em toda comunidade LBGTQIA+”, destaca a roteirista e produtora, Fabíola Aquino.
Samba junino – O samba junino foi reconhecido pela FGM, em 2018, como Patrimônio Cultural Imaterial de Salvador. Expressão cultural genuína da cidade, o samba duro é o ritmo que anima os festejos juninos em vários bairros da capital, a exemplo do Engenho Velho de Brotas, Engenho Velho da Federação, Federação, Fazenda Garcia, Tororó, Nordeste de Amaralina, tradição existente há mais de 40 anos.