Salvador foi surpreendida nos últimos dias por um surto no número de casos de gripe H3N2, ao mesmo tempo em que a cidade ainda combate a pandemia de Covid-19. Como a maioria dos sintomas das duas doenças é semelhante, a exemplo de espirro, dor, falta de ar, cansaço, febre e tosse, o médico Ivan Paiva, diretor de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), esclarece os cuidados necessários para os indivíduos que apresentam os sinais virais e ficam confusos quanto ao que fazer.
“Os sintomas típicos da Covid são perda do olfato e do paladar. Ademais, não há diferença com a influenza. Inclusive, os gripários atendem os dois tipos de paciente. Uma recomendação importante é procurar o médico para a detecção da doença em caso de agravamento dos sintomas, como falta de ar, lábios azulados, sensação de desmaio, tosse com secreção e febre”, diz.
Para os casos mais leves, a capital baiana conta com 157 unidades de atenção primária de saúde (Unidades Básicas de Saúde – UBS), que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A lista completa dos postos pode ser conferida no site www. saude. salvador. ba. gov. br.
Os casos de maior gravidade são atendidos nos gripários de Pau Miúdo e Barris, além das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) nos Barris, Valéria, Cidade Baixa, Brotas, São Cristóvão, Itapuã, Pirajá/Santo Inácio, Paripe, Periperi e San Martin. O atendimento também é feito nos Pronto Atendimentos (PAs) São Marcos, Alfredo Bureau (Marback), Edison Barbosa Teixeira (Arenoso), Rodrigo Argolo (Tancredo Neves) e Maria Conceição Santiago Imbassahy (Pau Miúdo).
Ivan Paiva frisa que certas medidas podem ser tomadas para evitar a infecção por influenza, como limpeza regular dos ambientes, higienização das mãos com álcool 70% e uso de máscara. Já o agravamento da doença pode ser inibido por uso de medicamento antitérmico para febres acima de 37°C. E a contaminação de outras pessoas é dificultada com o isolamento dos enfermos e com um gesto simples, como tossir no cotovelo dobrado ao invés de em cima da mão.
Perigo – O diretor de Urgência e Emergência também alerta para os riscos envolvidos na automedicação. “O médico quando prescreve um remédio afere a faixa etária, o peso e o histórico do paciente para receitar a dosagem adequada. Com a automedicação, a pessoa pode tomar uma superdosagem, se intoxicar, tomar remédios que não poderiam ser ingeridos juntos e isso acarreta uma série de consequências bem comuns, como lesões hepáticas e renais”, sinaliza.
Vacinação – Ivan Paiva chama a atenção ainda para a nota técnica Nº 1203/2021 do Ministério da Saúde, que elimina o intervalo de 15 dias entre a aplicação das vacinas de gripe e Covid-19. “É importante ressaltar a busca pela vacinação. Quanto mais pessoas vacinadas, menor a chance do vírus se desenvolver e se propagar. Além de se vacinar, incentivar que os familiares, amigos, colegas também se vacinem. Sem o intervalo, ficou mais fácil. A única contraindicação é não se vacinar durante o processo ativo de infecção. Só depois que melhorar”, conclui.