A China conseguiu erradicar a malária, depois de 70 anos de combate à doença, transmitida por mosquitos e que mata centenas de milhares de pessoas todos os anos, anunciou hoje (30) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O país, que tinha 30 milhões de casos anuais na década de 40, não registrou um único caso local nos últimos quatro anos. A doença, transmitida pelo mosquito Anopheles, matou mais de 400 mil pessoas em 2019, sobretudo na África.
“Felicitamos o povo chinês por ter livrado o país da malária”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“A China junta-se ao número crescente de países que mostram que um futuro sem malária é possível”, afirmou Adhanom, que atribuiu o êxito chinês a “décadas de ação focada e sustentada”.
Os países que registraram três anos consecutivos sem transmissão local podem inscrever-se para obter a certificação da OMS que valida o estatuto de nação livre da malária.
O pedido de certificação deve ser acompanhado por provas dos resultados e demonstrar a capacidade de prevenir qualquer transmissão posterior.
A China é o 40º território a obter essa validação da agência da ONU. Os últimos foram El Salvador (2021), Argélia, Argentina (2019) e Paraguai e Uzbequistão (2018).
A China é o primeiro país da região do Pacífico Ocidental, na nomenclatura da OMS, a receber essa certificação em mais de 30 anos.
Apenas três países daquela região receberam a certificação até agora: Austrália (1981), Singapura (1982) e Brunei (1987).
No relatório de 2020 sobre a malária, a OMS constatou que os avanços na luta contra a doença estagnaram, sobretudo nos países africanos, que apresentam as maiores taxas de contaminação e morte.