O Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) de Valéria, coordenado pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), abriu inscrição para a segunda edição do curso de defesa pessoal “Cuidando das Rosas”. Direcionado para mulheres, a capacitação ensina técnicas de proteção às vítimas de violência, assistidas pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Salvador.
As inscrições podem ser feitas até esta terça-feira (5), através do link disponível nos perfis do Instagram @ceudasartessalvador, @cuidandodasrosas e @deliolima1. Estão sendo oferecidas 50 vagas, para mulheres a partir de 18 anos. O curso tem a duração de oito dias, com aulas às terças e quintas do mês de abril, às 17h, na sede do CEU.
A ideia de oferecer a capacitação surgiu após uma colaboradora do centro sofrer agressões do ex-marido. A vítima foi orientada sobre os procedimentos legais, mas a coordenação do equipamento compreendeu que poderia ser feito mais. “Como professor de artes marciais, entendi que poderíamos não apenas orientar a vítima, mas cuidar efetivamente dela. Daí nasceu o Cuidando das Rosas”, explicou o coordenador e professor de jiu-jitsu e defesa pessoal, Délio Lima.
Alta procura– De acordo com Lima, a procura pelo curso surpreendeu, atraindo várias mulheres vítimas de violência doméstica, interessadas em aprender técnicas de autodefesa. O projeto reúne também empoderamento feminino, prevenção, acompanhamento psicossocial e desenvolvimento da autoconfiança. Além das técnicas de defesa pessoal, o curso trabalha questões relacionadas à autoestima feminina, inteligência emocional e diversos temas transversais.
Na primeira edição do curso, realizada ano passado, 30 mulheres foram formadas. “Os relatos foram muito positivos, sobre autoafirmação e autonomia”, lembra o professor. Durante o treinamento, as mulheres são capacitadas a se defender, através de movimentos simples, que imobilizam os agressores e podem salvar suas vidas. Com o aprendizado das técnicas, elas se sentem mais confiantes.
O coordenador do CEU destacou ainda que, até chegar no estágio da agressão física, a mulher já sofreu, pelo menos, outros cinco tipos de agressão. “Atuamos também no sentido de evitar que chegue a esse ponto. Entretanto, no momento da violência, na maioria das vezes, ela não tem um agente da justiça ao lado dela, por isso há a necessidade de saber o que fazer”, afirmou Lima. Ele complementou que o aumento do índice de feminicídio na pandemia é uma alerta sobre a importância do conhecimento de formas de defesa pessoal.