Desde dezembro do ano passado, quando foi inaugurada, até julho deste ano, a Casa da Mulher Brasileira atendeu mais de 5,6 mil vítimas dos mais variados tipos de violência em Salvador. O espaço, que fica na Avenida Tancredo Neves, funciona 24h, todos os dias da semana, inclusive aos sábados, domingos e feriados.
Do total de casos atendidos pelas equipes do local, quase metade (48,2%) deles resultou em medidas protetivas. A maioria das mulheres atendidas pela Casa são vítimas da violência psicológica (73%), moral (58%) e física (45%). As vítimas atendidas até agora têm os mais variados perfis, mas sobressaíram aquelas com idades entre 40 a 50 anos, de cor parda e preta, de distintas orientações sexuais e religiões.
Na Casa da Mulher Brasileira, a vítima, com ajuda de uma equipe psicossocial, é encaminhada para os serviços dos órgãos que compõem a rede de combate à violência como a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Tribunal de Justiça (TJ-BA), Ministério Público (MP-BA). Os órgãos funcionam no próprio espaço para evitar que as mulheres se desloquem para buscar atendimento. Nesses seis meses, a maioria dos casos foi levado à Deam.
Os dados reforçam a premissa de que qualquer mulher que for vítima de violência pode procurar a Casa da Mulher Brasileira. Na estrutura, é oferecido apoio psicossocial, assistência jurídica, cuidados de saúde e outras necessidades básicas, além de serem auxiliadas na busca por alternativas de moradia segura e independente. O local conta ainda com um abrigo temporário com 16 vagas para as vítimas que necessitam de proteção imediata, assim como os seus filhos menores de 18 anos, além de brinquedoca.
Números – No Brasil, de acordo com dados do Anuário de Segurança Pública, houve um aumento de 0,8% no número de casos de feminicídio entre os anos de 2022 e 2023. No último ano, 1.457 ocorrências chegaram às autoridades policiais. 90% tinham como autor um homem.
“Os dados refletem uma realidade preocupante que afeta milhões de mulheres em nosso país e o estado da Bahia está em 3º lugar em número de feminicídio, exigindo uma resposta efetiva”, diz a secretária de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo.
“Na capital, estamos desenvolvendo um trabalho de prevenção e acolhimento que vem dando resultado. Dados da Polícia Civil apontam que Salvador, até o momento, reduziu em 36% o número de feminicídio em relação a 2023”, completa a secretária.
Unidades – A unidade da Casa da Mulher Brasileira em Salvador é a oitava do país e a construção da estrutura é fruto de uma parceria entre a gestão municipal e o governo federal. Há outras unidades em Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Ceilândia (DF), Curitiba (PR), São Luís (MA), Boa Vista (RR), Teresina (PI), Ananindeua (PA) e São Paulo (SP).