A Prefeitura de Salvador, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), tem intensificado as ações para combater a esporotricose na cidade. Em 2023, foram notificados 1.050 animais positivos para a doença, e em 2024, até o início de julho, foram 423 notificações.
Na semana passada, uma equipe visitou uma residência no bairro do Rio Vermelho para verificar um animal com suspeita da doença. A subcoordenadora de Apoio e Diagnóstico no CCZ, Ivana Barbosa, informou que, desde 2018, a gestão municipal realiza atendimentos de animais suspeitos de esporotricose.
“Inicialmente, esse atendimento era exclusivamente domiciliar, mas desde 2022 contamos com uma unidade móvel, um consultório adaptado em um veículo, que faz os atendimentos especificamente para a doença. Quem tem um animal suspeito em casa deve ligar para o 156 (Fala Salvador) e registrar a solicitação. Nossa equipe entrará em contato por telefone para agendar a data e o horário da avaliação”, explicou.
A Prefeitura tem fornecido suporte aos tutores com animais acometidos pela doença, oferecendo avaliação do felino e fornecimento de antifúngicos. As medidas preventivas mais efetivas incluem a realização do tratamento no início da doença, isolamento dos animais doentes, domiciliação dos animais e castração.
Atendimento domiciliar – Causada por um fungo, a esporotricose é uma micose conhecida como “doença do jardineiro”. Pode ser transmitida através de contato com a terra, matéria orgânica e espinhos de plantas contaminadas com o fungo e, ainda, através de arranhadura, lambedura ou contato direto com a secreção de lesões de animais infectados. Causa nódulo ou úlcera na pele ou na mucosa nasal, ou problemas respiratórios (espirros).
Os gatos são as principais vítimas da doença, e podem transmitir para os humanos. Importante ressaltar que a esporotricose é tratável e que o abandono do animal doente é desaconselhado pois, solto, se tornaria um transmissor sem controle.
“Animais com lesões de pele, nódulos, ou que tiveram contato com outro animal doente devem ser levados ao médico veterinário particular, ao Hospital Municipal Veterinário, ou então entrar em contato conosco para agendar uma avaliação”, pontuou Ivana Barbosa.
Orientações aos tutores – A designer Márcia Menezes, de 51 anos e moradora do Rio Vermelho, entrou em contato com o CCZ através do Fala Salvador. Ela, que possui uma ONG de proteção animal e, por isso, cuida de alguns gatos, considera fundamental o serviço oferecido pela Prefeitura de Salvador, tanto para a saúde dos felinos quanto para a dos humanos.
“A veterinária vem até o local, orienta sobre todo o manejo dos animais, informando que devemos usar luvas, evitar proximidade excessiva, e manipular o animal o mínimo possível, sempre administrando a medicação junto com a comida para evitar o contato direto”, conta.
“As orientações do CCZ são essenciais para nossa proteção, pois às vezes pegamos animais muito machucados pela doença, ficamos com muita pena e queremos ajudar, mas acabamos esquecendo de nos proteger. Quando entrei em contato com o CCZ, informei sobre a doença e pesquisei para descobrir que era uma zoonose. Notei que as feridas nos gatinhos geralmente aparecem na região nasal, nas orelhas, nas patas, no rabo e nas extremidades do corpo”, completou Márcia.