O projeto Capoeira Viva nas Escolas, promovido pela Prefeitura de Salvador, recebe propostas até o próximo dia 29 de mestres, contramestres, professores e instrutores de capoeira, para que possam desenvolver atividades teóricas e práticas com 5 mil alunos de 24 unidades da rede municipal de ensino de Salvador. O edital, que pode ser acessado no site https://fgm.salvador.ba.gov.br/edital-capoeira-viva-nas-escolas/, também contempla ideias de instituições de direitos privados, sem fins lucrativos.
A intenção do projeto, fruto de uma parceria entre a Fundação Gregório de Mattos (FGM) e a Secretaria Municipal da Educação (Smed), é promover, fomentar e apoiar ações de salvaguarda, fortalecimento e valorização da capoeira, prática cultural e esportiva que marca a identidade do povo baiano. Com isso, os alunos terão a oportunidade de ter acesso a práticas que os ajudarão no desenvolvimento físico e na construção de conhecimentos culturais e históricos.
O Capoeira Viva nas Escolas acontecerá em duas etapas. Na primeira, que vai de outubro a dezembro deste ano, serão desenvolvidas atividades exclusivamente com estudantes matriculados nas escolas — as aulas serão sempre nos contraturnos das convencionais. Já na segunda, nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, período de férias escolares, as atividades se estenderão para pessoas das comunidades onde estão situadas as escolas contempladas com a iniciativa.
“O ensino da capoeira é um rico processo pedagógico que valoriza uma educação libertadora e consciente. A sua importância está relacionada ao símbolo de afirmação cultural e resistência e a preservação de uma parte da história e da identidade do povo baiano e brasileiro”, comenta a assessora de Projetos Especiais da Smed, Ivone Portela.
Como participar – Os mestres, contramestres, professores, instrutores de Capoeira interessados precisam ser Microempreendedores Individuais (MEI). Já as instituições de direito privado, sem fins lucrativos, precisam ter finalidade cultural declarada em estatuto social, serem domiciliados ou sediados em Salvador há pelo menos dois anos, além de terem projetos e ações relacionadas à capoeira, nas suas diversas modalidades.
Serão contempladas até 24 propostas de R$50 mil cada, totalizando investimento de R$1,2 milhão. Elas deverão prever aulas teóricas e práticas sobre movimentos, toques, cantigas, e composição de músicas, oficina de confecção de instrumento, maculelê, puxada de rede e samba de roda, expressões artístico-culturais vinculadas à Capoeira e às Histórias e Culturas Africanas e Afro-brasileiras.
“Desde 2014, a Roda de Capoeira foi reconhecida pela Unesco como patrimônio cultural imaterial da humanidade. Através de editais como o Capoeira Viva e o Capoeira Viva nas Escolas, entre outras ações, a FGM contribui para as ações de salvaguarda desse bem cultural tão importante para a constituição da identidade afrosoteropolitana”, diz o diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da FGM, Chicco Assis.
“Possibilitar a 5 mil alunos da rede municipal de ensino e às comunidades do entorno dessas unidades escolares o convívio com mestres e mestras de capoeira e os ensinamentos práticos, históricos e culturais dessa manifestação afrobrasileira contribui não apenas com a sua salvaguarda e perpetuação, mas também com o combate ao racismo e outros preconceitos”, completa o gestor.