Contemplado com o edital Territórios Criativos da Fundação Gregório de Mattos (FGM), o Circuito Letras Pretinhas vai levar literatura, teatro e música para o Subúrbio de Salvador até o dia 30 de maio. A iniciativa é do projeto Calu Brincante (@calubrincante), que conta com a coordenação artística da atriz, escritora e diretora Cássia Valle.
O projeto promove uma imersão na poética da literatura preta infantojuvenil, tomando como base três livros de autoria de Cássia Valle: “Calu, uma menina cheia de histórias”, vencedor do prêmio APCA como melhor livro infantil em 2017; “Aziza, a preciosa contadora de sonhos”; e “Felipa, Maria Felipa”. A partir dessas narrativas, haverá contações de histórias, leitura dramática, apresentações teatrais e oficinas de escrita criativa e musicalização, sempre integrando os jovens. As atividades contam com recursos de acessibilidade em Libras e audiodescrição.
O Circuito Letras Pretinhas: A Imersão Literária Preta Infanto-juvenil foi contemplado pelo edital Territórios Criativos, com recursos financeiros da FGM, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal. O projeto conta com a participação das produtoras executivas Lucila Laura e Clésia Nogueira, e do diretor musical da Calu Brincante, Cell Dantas.
Identidade e representatividade – A circulação vai abranger cinco bairros do Subúrbio: Itacaranha, Periperi, Plataforma, Vista Alegre e Coutos. E o encerramento do projeto contará com uma apresentação do espetáculo “Sarauzinho da Calu”, no Subúrbio 360, gratuito e aberto para toda a comunidade local.
“Eu fico muito feliz. Há muito tempo eu já queria fazer uma coisa dessa, poder circular essa literatura que eu faço com Luciana Palmeira sobre a importância da literatura preta infanto-juvenil, pois a identidade e representatividade importam. Melhor ainda poder ir com o Bonde da Calu fazendo apresentação de espetáculos infanto-juvenil que trabalham com as infâncias negras”, comemora Cássia.
“Eu brinco que o Bando da Calu é o filho caçula do Bando de Teatro Olodum. Esse é o grande desejo do bonde. Assim como o bando trouxe o protagonismo negro do ator negro em cena, agora nós queremos falar das infâncias negras e das crianças negras em cena”, conta a autora, que interpreta Mãe Raimunda no filme “Ó Paí, Ó”.