Com a entrega de mais 100 casas, a Prefeitura de Salvador chega a 331 residências reformadas no bairro de Águas Claras por meio do programa Morar Melhor. O prefeito Bruno Reis, o secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luiz Carlos, e outras autoridades do município estiveram na localidade para entregar os imóveis requalificados e conversar com famílias beneficiadas pelo projeto.
Essa foi a segunda vez que Águas Claras recebeu um pacote de reformas do Morar Melhor. Com mais essas entregas, Salvador já conta com mais de 42 mil imóveis reformados em 289 localidades da capital baiana desde que o programa foi criado, em 2015.
Uma das famílias beneficiadas nesta etapa do Morar Melhor foi a de Cátia Pereira Pinto, de 61 anos, moradora de Águas Claras há mais de 30 anos. Ela, que é cuidadora de idosos, mora com a neta Yasmin. A residência dela recebeu um novo telhado, que estava danificado pelo tempo sem manutenção, portas e esquadrias novas em todos os cômodos, já que as antigas estavam quebradas, piso apropriado cobrindo o chão da casa, que era de cimento, pintura e reboco, novos sanitários e pias, entre outras melhorias.
Cátia disse que está curtindo cada cômodo da residência. “Em cada cantinho da minha casa nova eu namoro. No banheiro, no meu quarto, no quarto de minha neta, na cozinha. Fico sentada no sofá da sala olhando… ‘Namorando’, no caso, é amando, me apaixonando, por cada cantinho. Eu não esperava mais que isso chegaria à minha vida”, conta ela, que se emocionou durante toda a visita do prefeito Bruno Reis.
A moradora contou que ficou sem enxergar direito durante alguns anos por conta de uma catarata avançada, e que a cirurgia nos olhos veio junto com a reforma. Ou seja: agora ela pode enxergar a nova casa muito bem. “Tive duas vitórias: a primeira foi a visão, e a segunda, o Morar Melhor. Estou feliz porque sinto que nasci de novo. Por tudo o que passei, não pensei que teria portas que fecham direito, um telhado novo, poder dormir sossegada sem que a casa molhe toda quando chove”, disse Cátia.
O prefeito Bruno Reis salientou que o programa dá mais dignidade às pessoas. “O Morar Melhor surgiu graças à empatia e à capacidade de se colocar no lugar das pessoas e de ter a exata noção de que não há nada mais importante para o ser humano do que a sua casa. É em casa que a gente descansa para trabalhar no dia seguinte, é na nossa casa que a gente cria os filhos e netos, que a gente recebe os amigos e os parentes para tomar um café quentinho como tomei hoje na casa de Dona Cátia”, disse.
Sucesso – O prefeito destacou que prefeitos de outros municípios vêm constantemente à capital baiana para conhecer o Morar Melhor e levá-lo para o resto do Brasil. O programa já foi apresentado também no Senado e em reuniões na Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), sempre tratado como um dos maiores projetos habitacionais do país.
O titular da Seinfra, Luiz Carlos, reforçou que o Morar Melhor é um case de sucesso e que veio para diminuir o déficit qualitativo das residências em comunidades carentes. “E, neste aspecto, Salvador tem um ponto importante. Muitas moradias na cidade foram construídas precariamente, sem nenhuma estrutura, e o programa veio justamente para trazer essa dignidade”, explicou.
“A casa de Dona Cátia é um exemplo do que temos em Salvador. Uma casa que não tinha piso, era de chão batido; o telhado estava infelizmente quebrado; iluminação era precária, não tinha mais as portas dos banheiros, não tinha mais vaso sanitário. Aí, a Prefeitura chega e faz um serviço transformador, trazendo alegria, conforto e esperança para as famílias. Isso mostra que o poder público está sempre olhando para as comunidades mais carentes”, completou Luiz Carlos.
O programa – O Morar Melhor realiza intervenções em residências cujas estruturas estão em situação precária, conforme as demandas passadas pelos próprios moradores dos imóveis. Os serviços contemplam, por exemplo, recuperação de telhado, substituição de janelas e portas, vasos sanitários, pias, piso, reboco e pintura, com o limite de R$11 mil por habitação para as obras.
Para selecionar os beneficiários do programa, são adotados critérios específicos. A avaliação considera a precariedade dos bairros, utilizando dados do IBGE, além da predominância de domicílios com alvenaria sem revestimento, a maior incidência de pessoas abaixo da linha da pobreza, a predominância de mulheres chefes de família, a densidade habitacional e a precariedade habitacional identificada por meio de observação de campo.
É importante ressaltar que imóveis em situação de risco, alugados ou famílias com renda superior a três salários-mínimos não são contemplados pelo programa. Essas medidas visam concentrar os recursos em áreas de maior vulnerabilidade social e garantir que cidadãos mais necessitados sejam beneficiados.