Um estudo encomendado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e realizado pela Orizon mostrou que o custo da obesidade grave e mórbida no sistema de saúde suplementar do Brasil representa, por beneficiário, R$ 2.750 por mês, o que somado ao ano resulta em R$ 33 mil. Segundo os dados da pesquisa apresentada no seminário Obesidade no Brasil: Impactos sociais e econômicos e como vencer essa pandemia, 22% dos sinistros que abrangem os anos entre 2015 e 2021, estão relacionados a consequências diretas com a doença e representaram um gasto de R$ 4,8 bilhões.
De acordo com os dados, na capital paulista a redução do número de obesos mórbidos em 50% levaria a economia em sinistros de aproximadamente R$ 96 milhões em 5 anos. O estudo mostra ainda que, embora doenças graves como cânceres e doenças cardiovasculares crônicas tenham tratamentos de longo prazo caros, o diabetes tipo 2 é a doença que mais custa para o sistema entre as comorbidades que podem ser prevenidas com a obesidade.
De acordo com o estudo, a realização de cirurgia bariátrica não é eficaz para intervir, a médio e longo prazo, nos custos de beneficiários no sistema de saúde suplementar e por isso não deve ser considerada como a única forma de combate a obesidade dentro do sistema.
O estudo avaliou os dados de faturamento de 9 milhões de beneficiários, o que corresponde a 19% dos vínculos da saúde suplementar. Foram estudados pouco mais de 80 mil beneficiários portadores da doença entre junho de 2015 a junho de 2021.
Segundo o estudo, os beneficiários com obesidade grave ou mórbida são 0,84% do total, ou seja, 84 em cada 10 mil. Entre os estudados, 60% dos gastos das operadoras são com o público feminino e 32% com o masculino.