BAHIA EM REVISTA

Cigarro provoca pelo menos 50% dos casos de câncer de bexiga

Embora o Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio) só seja celebrado no final deste mês, especialistas que tratam doenças relacionadas ao cigarro já estão reforçando a importância de vencer o vício. Dentre as inúmeras razões para isso está o câncer de bexiga, já que o cigarro é, de longe, o mais relevante fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de tumor. Pelo menos 50% dos casos estão relacionados ao tabagismo. Dados nacionais revelam 9.670 diagnósticos confirmados no Brasil em 2016, sendo 7.200 em homens e 2.470 em mulheres, mas o número de casos novos para cada ano do triênio 2020-2022 é estimado em 7.590 nos homens e 3.050 em mulheres, totalizando 10640 confirmações anuais.

O câncer de bexiga é mais comum em pessoas idosas e acomete mais os homens brancos. Além do tabagismo, outro fator de risco importante relacionado à doença é o contato com substâncias químicas derivadas do benzeno e de outros compostos químicos. Segundo o urologista Ricardo Freitas, integrante do grupo URO+ Urologia Avançada e Cirurgia Robótica, na Bahia, o câncer de bexiga, considerado o mais “perigoso” entre os tumores urológicos, é o sétimo maior em incidência geral. “Fumantes são até quatro vezes mais propensos a desenvolver a doença. Parar de fumar pode não ser fácil, mas é possível e necessário. Todo o esforço nesse sentido vale a pena”, incentivou o especialista.

Sintomas – Em estágio inicial, a doença pode ser silenciosa, ou seja, não apresentar sintomas. Quando esses aparecem, a exemplo de sangue na urina (hematúria), dor durante o ato de urinar e necessidade frequente de urinar, mas sem conseguir fazê-lo, podem ser confundidos com outras doenças do aparelho urinário. Por isso, “é fundamental consultar um urologista com brevidade diante de qualquer suspeita ou anualmente, mesmo sem sintomas, para avaliação de rotina”, frisou o médico, que integra equipes dos Hospitais Aristides Maltez, São Rafael, Aliança, Santa Izabel e da Bahia, em Salvador.

O diagnóstico pode ser feito por exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e citoscopia (investigação interna da bexiga por um instrumento dotado de câmera). Durante a cistoscopia, podem ser retiradas células para biópsia. A probabilidade de cura depende da extensão do câncer (superficial ou invasivo), da idade e da saúde geral do paciente. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso do tratamento.

 

 

 

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