A possibilidade é que chova em Salvador 30% a mais do que o esperado ao longo do verão 2021/2022 vai até as 12h33 do dia 20 de março de 2022. O meteorologista do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Salvador (Cemadec), Giuliano Carlos do Nascimento, informa que a estação será marcada pelos impactos do fenômeno La Niña e por temperaturas altas, com chuvas intensas ao longo do trimestre.
Apesar do La Niña ocorrer do outro lado da América do Sul, o fenômeno, que atuará com 80% de sua intensidade até enfraquecer no final de março, tem reflexo na circulação de ventos e na pressão do ar registrada no Brasil.
As normais climatológicas, que mede os parâmetros meteorológicos, mostram que, para o período na capital baiana são de 82,5mm de chuvas em janeiro, 107,2mm em fevereiro e 156,8mm para março totalizando 346,5mm para o trimestre janeiro-março. Em 2020, choveu 412,6 mm ao longo do Verão, 19% acima da normal climatológica (346,5mm).
Os parâmetros computam informações em um período de 30 anos consecutivos, obedecendo a critérios recomendados pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM). No caso de Salvador, este padrão é determinado por medições realizadas nos últimos 30 anos pelo pluviômetro de Ondina, então o único existente na cidade.
Ainda segundo o meteorologista da Codesal, outros sistemas poderão ocasionar maiores índices pluviométricos, a exemplo de frentes frias, Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis/VCAN (área onde os ventos nos níveis mais altos da atmosfera giram no sentido horário, fazendo com que o ar seco desses níveis mais altos desçam para a superfície), Zona de Convergência do Atlântico Sul/ZCAS (sistema meteorológico do verão, responsável por um período prolongado de chuva frequente e volumosa) e cavados (região na atmosfera onde ocorre uma ondulação do fluxo de ventos no sentido horário no Hemisfério Sul e onde há também uma tendência à queda da pressão atmosférica).