Uma iniciativa de apoio voluntário à saúde mental vem ajudando a cuidar de pessoas afetadas por algum tipo de sofrimento psíquico decorrente da pandemia. É o projeto Borboletas – Livres para Viver, iniciado há seis meses pelo psicólogo e instrutor de inteligência emocional da Guarda Civil Municipal (GCM), Antonio Lacerda Jr.
O idealizador contou que o projeto Borboletas – Livres para Viver advém da experiência no Subúrbio, a partir da qual algumas pacientes se tornaram monitoras. “Antes de ser guarda civil, fui voluntário por dez anos no Juizado da Infância e Juventude. Depois, dei cursos para mulheres vítimas de violência através da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SMPJ). E há dois anos, fundei o projeto Cuidar, no Subúrbio Ferroviário, para prevenir o suicídio entre jovens mães vítimas de abusos”, disse Lacerda Jr.
A estudante Benildes Vieira, 14 anos, procurou o projeto Cuidar, no bairro do Rio Sena, em função de crises de ansiedade que ela passou a sentir com o isolamento social imposto pela pandemia. “Eu já fazia terapia com Antonio há seis meses, no Subúrbio. Um dia, ele me perguntou se eu gostaria de colaborar como monitora no projeto Borboletas. Aceitei e hoje eu acolho os novos pacientes, auxilio as psicólogas, que são muito atenciosas, compartilho minha experiência. É um momento de paz, de cura, quando a gente se sente em casa”, disse Benildes.
Já Maria Eduarda Santos, 20 anos, estudante de psicologia, conheceu o Borboletas por meio da tia, que é uma das pacientes. “Ela me mostrou o projeto no Instagram e eu fui dar uma olhada de perto. Então, fui atendida por uma psicóloga, ao ar livre, naquele parque em torno da lagoa, e adorei. Pedi a Antonio uma oportunidade para estagiar e há um mês me tornei voluntária. Primeiro, sou atendida; depois, atendo. É um ambiente de harmonia, responsabilidade e compromisso”, assegurou Maria.
Funcionamento – Os atendimentos psicológicos oferecidos pelo projeto Borboletas são realizados pela Coordenadoria de Ações de Prevenção à Violência (Cprev), todos os sábados, das 8h às 13h, na Lagoa dos Pássaros, localizada na Primeira Travessa Arnaldo Lopes da Silva, 108, no bairro do Stiep.
As sessões são individuais, com um psicólogo por paciente, e têm duração de 20 a 40 minutos. Em média, 40 pessoas são atendidas por manhã, após triagem feita por assistentes sociais da GCM que também colaboram com o projeto.
Lacerda Jr. acrescenta que, por força da pandemia, atendimentos remotos também são oferecidos por telefone ou videoconferência. A abordagem empregada na terapia é multifuncional, que leva em conta não só a dimensão psíquica, como a fisiologia do indivíduo e o contexto social em que ele está inserido. Mais informações podem ser obtidas através do número de Whatsapp (71) 99186-2869.