A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através do Programa Rede Cegonha, assegura às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, à vinculação para o parto e puerpério. Em 2020, das 27.904 gestantes residentes da capital baiana que deram à luz nas maternidades de Salvador, 26.425 realizaram consulta de pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Salvador. Isso significa que 94,6% das grávidas soteropolitanas foram assistidas pela rede municipal. De janeiro a abril deste ano, 7.746 gestantes que deram à luz realizaram atendimento pré-natal em um posto da rede.
Atualmente, das 155 UBSs da capital, 148 realizam o atendimento pré-natal. O atendimento é feito por enfermeiros, médicos generalistas e ou profissionais obstetras. O técnico da Rede Cegonha, Anderson Moreira, explica que ao procurar uma UBS, a gestante passa a ter acompanhamento de toda a gestação de forma segura.
“Na primeira consulta são realizados os testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e C. Caso algum exame esteja alterado, automaticamente a gestante é vinculada para uma unidade de referência para ter um acompanhamento especializado. Os exames de ultrassonografia obstétrica são oferecidos pela rede, através do sistema Vida, que possibilita que a mulher faça o agendamento na própria unidade”, disse Moreira.
As gestantes devem realizar sete ou mais consultas, conforme preconiza o Ministério da Saúde, como sendo o total de acompanhamento ideal durante a gestação. O técnico ressalta a importância do acolhimento precoce à grávida para a garantia de uma gestação saudável.
“A captação precoce é muito importante. As consultas de pré-natal devem ter início, preferencialmente, até a 12ª semana de gestação. O intervalo das consultas está mantido, devendo acontecer mensalmente até a 28ª semana, quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais a partir da 36ª semana. Vale ressaltar que não existe alta do pré-natal. A continuidade do atendimento deve acontecer até o parto e, posteriormente, se estender com a consulta puerperal”, complementa.
Rede Cegonha – A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde, operacionalizada pelo SUS e fundamentada nos princípios da humanização e assistência, onde mulheres, recém-nascidos e crianças têm direito a ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal. No programa, a gestante tem direito ao transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto.
“A Rede Cegonha é uma estratégia descentralizada. Então, o município é que atende essas gestantes, inicialmente. O programa assegura a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança ao direito ao nascimento seguro e ao crescimento e o desenvolvimento saudável. Ela trabalha com o princípio do respeito, proteção aos direitos humanos, promoção da equidade e o enfoque de gênero”, esclarece Moreira.
Criada em 2011, o programa possui quatro componentes: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e a atenção integral à saúde da criança. Através dela, está assegurado à mãe o direito a visita de vinculação à maternidade.
“Quando a gente realiza o pré-natal de risco habitual, a gestante pode conhecer a unidade que ela vai dar à luz. Isso reforça a adesão da mulher ao pré-natal e traz confiança para ela. Conhecer o local do parto é importante e descaracteriza qualquer medo que possa existir com relação a isso”, finaliza Moreira.
Importância – Mesmo em tempos de Covid-19, é essencial que a futura mãe procure uma unidade de saúde para realizar o pré-natal. Foi o que fez a operadora de caixa Ângela Martins, de 40 anos. Ela recebeu o exame que confirmava o sonho de gerar o segundo filho em julho do ano passado.
“No primeiro momento a alegria foi tão grande que esqueci e ignorei os riscos do coronavírus. Planejei festa para revelação do sexo do bebê e chá de fralda. Me senti plenamente realizada.”
Conforme os dias foram passando, a pandemia foi agravada e o medo se misturou à felicidade. Apesar do medo do contágio, o desejo de ter uma gestação saudável encorajou Ângela a realizar todas as consultas e exames do pré-natal.
“Tinha receio de pegar a Covid e, mais ainda, de não ter vaga hospitalar no momento do parto, mas sabia da necessidade de procurar um atendimento. Por isso, fui à Unidade Básica de Saúde do Pelourinho e lá me orientaram. Fui alertada sobre todos os riscos, mas fui orientada e acompanhada durante toda gravidez. Realizei meu pré-natal rigorosamente”, afirmou.