“Acreditamos no bom senso, na serenidade e na responsabilidade dos baianos e baianas. As pessoas têm ciência do sofrimento de quem está dentro do hospital, do trabalho exaustivo de quem está lá tentando salvar vidas humanas. Tenho certeza que baianos e baianas respeitam as famílias que estão orando para que seus parentes consigam sobreviver”.
A declaração foi dada pelo governador Rui Costa em entrevista à CNN Brasil, na manhã deste sábado (13), ao comentar a carta divulgada pelo Consórcio Nordeste ontem. No documento, os nove governadores da região criticam o incentivo dado pelo presidente da República à invasão de hospitais. “É inacreditável ouvir esse tipo de declaração”, disse o governador à emissora.
Durante a entrevista, Rui afirmou que não adotou medidas especiais para evitar invasões a unidades de saúde na Bahia por acreditar na responsabilidade dos baianos e fez um convite a representantes do Ministério da Saúde. “Esperamos e acreditamos que não vai haver adesão a esse tipo de apelo do presidente. Se o presidente está ansioso para ter notícias de dentro dos hospitais eu quero convidar representantes do Ministério da Saúde a fazer visitas às unidades. Não só da Bahia e do Nordeste, mas do Brasil inteiro. Venham visitar, venham acompanhar, venham conhecer as instalações”, disse o governador baiano.
Esta semana, o presidente Jair Bolsonaro incentivou a população a entrar em hospitais para filmar leitos de UTI. Outros governadores do Nordeste criticaram duramente a sugestão do presidente.
Em nota, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) disse que o ataque “sistemático” do governo às instituições e servidores públicos e a “priorização escancarada dos interesses do mercado” é ainda mais cruel no contexto de pandemia. Segundo a nota, o governo continua assumindo sua atitude genocida e se coloca como adversário da ciência. “Isso demonstra total desprezo pela vida da população.”
O Consórcio do Nordeste, composto pelos nove governadores da região, endereçou uma carta a Bolsonaro, dizendo que “não é invadindo hospital e perseguindo gestores que o Brasil vencerá a pandemia”.