Uma pesquisa do
Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), realizada pela Fundação Getúlio
Vargas, revelou que turistas de negócios gastam quatro vezes mais no Brasil do
que os que viajam a lazer. Isso representa uma média de US$ 329,39 de gasto
diário pelos turistas de negócio, enquanto que os visitantes a passeio têm
despesas de US$ 73,77. Com o novo Centro de Convenções de Salvador (CCS), na
Orla da Boca do Rio, a tendência é que, nos próximos anos, esse segmento mais
rentável para o turismo cresça de forma significativa na capital baiana. O CSS
já tem 32 eventos prospectados, alguns neste ano, e outros agendados até 2024,
a exemplo de grandes congressos da aérea de médica, incluindo eventos mundiais,
latino-americanos, sul-americanos e nacionais.
A diferença no valor gasto com as despesas se dá porque o
viajante desse perfil de negócios e eventos normalmente tem seus custos arcados
pelas empresas. Eles geralmente vêm para um congresso com passagens e
hospedagens pagas, e isso faz com que eles tenham uma capacidade maior de gastos
pessoais como alimentação, transporte e consumo de eventos e comércio da
cidade. De acordo com o presidente da Salvador Destination, Roberto Duran, quem
vem a negócios não costuma economizar. “Como a viagem é paga pela empresa, ele
sempre escolhe o melhor hotel, os melhores restaurantes e querem mais conforto
nos meios de transporte e de deslocamento”, explica.
Duran ressalta que a redução do percentual desse público, em
Salvador, nos últimos seis anos se deu por conta do fechamento do antigo Centro
de Convenções, gerido pelo Governo do Estado, e se agravou ainda mais após a
falência de grandes hotéis que sediavam eventos, a exemplo do Othon (Ondina) e
do Pestana (Rio Vermelho). “Perdemos significativamente esse público, mas a
nossa expectativa é reconquistá-lo. O turismo de negócios não é uma ação
imediata, e sim a médio e longo prazo. Temos trabalhado bastante para que em
2021 já tenhamos bons números nesse aspecto. O novo Centro é a ferramenta mais
propulsora para esse tipo de negócio”, assinala.
Entenda
a diferença – O turismo de
eventos é um conceito relativamente novo que começou a ser usado em 2018. Por
muitos anos, quem viajava a negócios não era considerado um turista. A
expressão definia apenas aqueles que percorriam os locais para passeio e lazer.
Embora os objetivos sejam bastante distintos, o viajante a negócios assim como
o de passeio, tem necessidades de um hotel, transporte, almoços e jantares e de
passagens de avião. O presidente da Salvador Destination, Roberto Duran,
explica que os objetivos são diferentes, mas a maioria das necessidades é
igual. “O que difere é que quem vem passear geralmente tira do próprio bolso,
já vem com os pacotes de viagens fechados e com tudo previamente calculado”,
explica Duran.