A população de Salvador já pode colaborar com o dossiê técnico que vai servir como base do processo de reconhecimento da Festa de Iemanjá como Patrimônio Cultural de Salvador. Disponibilizado pela Prefeitura, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), o documento pode ser consultado e receber contribuições dos cidadãos até o próximo dia 16 pela Internet, no link https:// bit.ly/ 34yW928 .
Os anexos estão disponíveis para consulta na sede da FGM, ao lado do Espaço Cultural da Barroquinha, de segunda a sexta-feira, mediante agendamento prévio pelo telefone (71) 3202-7864. Após recebimento e análise das propostas, o material será encaminhado ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, para análise e emissão do parecer final.
Para a doutora em Antropologia e uma das responsáveis pela elaboração do dossiê, Cristiane Sobrinho, a festa de Iemanjá traz para os espaços públicos um culto a um orixá africano, reaproximando a celebração dos seus cultos originais na Nigéria, onde a população tem ampla participação nos festejos. “Ela visibiliza um culto africano que foi historicamente no Brasil obrigado a se manter em locais privados, longe dos olhares da sociedade mais ampla. É uma celebração única no Brasil e, graças aos esforços dos pescadores do Rio Vermelho, podemos visibilizar essa cultura dos antepassados e do povo do mar”, afirma.
De acordo com a Diretora de Patrimônio e Humanidades da FGM, Milena Tavares, o registro preserva o conhecimento da manifestação. “Trata-se de uma das mais significativas festas de Salvador, com repercussão internacional. O registro é, antes de tudo, um reconhecimento do seu mérito cultural e garante apoio institucional aos produtores. A Festa de Iemanjá, no dia 2 de fevereiro, no Rio Vermelho, é referência cultural no calendário de festas da cidade. A única (festa) que é devotada a uma divindade do Candomblé, fortalecendo a apreensão da nossa diversidade cultural”, destaca.