O novo Arquivo Público de Salvador, que começou a ser construído nesta quinta-feira (24), receberá um acervo histórico de mais de 4 milhões de documentos. Dentre eles estão, por exemplo, uma cópia da certidão de batismo de Catarina Paraguaçu, documento datado de 1528. Há ainda mais de 30 mil imagens sobre a cidade de Salvador, personalidades, festas populares, dentre outros temas.
O equipamento que será erguido na Praça Cairu, no Comércio, terá 11 andares e toda uma estrutura para abrigar os arquivos que contam a história dos 470 anos da capital baiana. A Casa da História também funcionará no local, no Casarão Branco, em quatro pavimentos, e contará os momentos históricos da cidade. A ordem de serviço para o início das obras foi assinada no final da tarde de hoje (24) pelo prefeito ACM Neto.
“É mais uma ação que reforça o trabalho de resgate e valorização cultural
da nossa cidade. Batalhamos muito em busca de recursos para restauro e
ampliação desse imóvel localizado aqui no coração da cidade. Nossa ideia é
fazer algo que impacte e gere uma repercussão econômica definitiva para
Salvador”, afirmou o prefeito.
ACM Neto, que estava ao lado do vice-prefeito Bruno Reis e do titular da
Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Cláudio Tinoco, disse ainda
ter certeza que os equipamentos, além de possibilitarem grande movimentação
turística, serão fundamentais para pesquisadores e estudantes da rede pública e
privada. “Todos eles terão a oportunidade de ver de perto o que é dito nos
livros. Entender toda a nossa história ao longo desses 470 anos”,
salientou
Investimento – As obras de construção e restauração da Casa da História e Arquivo Público Municipal têm investimento de mais de R$ 27,4 milhões e serão executadas pelo Consórcio Prodetur – Salvador, formado pelas empresas Metro Engenharia e Consultoria e Construtora BSM. A obra tem previsão de execução de 15 meses.
Dentre os documentos textuais estão os registros de Compra e Venda de Escravos em Salvador, informando os nomes e endereços dos proprietários e compradores, além da nacionalidade dos negros escravizados. Em outros conjuntos documentais estão registrados diversos feitos históricos como o A Independência do Brasil na Bahia, em 2 de Julho de 1823, a Aprovação da Lei Áurea, a Proclamação da República.
Para o secretário, o Arquivo Público tem grande importância para fortalecimento da história e cultura de Salvador. Ele fez questão de pontuar que a Prefeitura tem investido muito com o objetivo de criar um conjunto cultural na região do Centro. “Aqui temos o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo e outros instrumentos importantes. Nossa intenção é que todos eles funcionem de forma integrada. Temos implantado e dando respaldo para que haja a sustentabilidade desses espaços e que eles atuem de forma integrada”, frisou.
Fundação – Atualmente, o Arquivo Histórico Municipal de Salvador funciona na sede da Fundação Gregório de Mattos (FGM), na Rua Chile. O novo prédio de 11 andares contará com laboratório de restauro e depósito de documentos recebidos, salas de oficinas, coordenação de cursos e secretaria de cursos, salas de fotografias, registros magnéticos e arquivos audiovisuais, atendimento ao usuário, arquivos impressos, biblioteca do acervo e sala de projeção, dentre outros.
Para a Casa da História, um termo de referência está sendo finalizado para posterior licitação de um plano museológico. Os dois equipamentos serão construídos em um conjunto de um casarão e dois terrenos na Rua Portugal, na Praça Cairu. O casarão, que será mantido e restaurado, abrigará a recepção do equipamento, atendimento ao usuário e espaços museológicos. Já nos terrenos, será construído um novo prédio que irá compor o Arquivo Público.
Os recursos da construção e restauração estão garantidos pelo Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo em Salvador (Prodetur), por meio de empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).