Desde 2015, os 400 moradores do Córrego do Feijão, que fica perto de Brumadinho, não viam um enterro de alguém que vivia na pequena comunidade rural. Com o rompimento da barragem da mineradora Vale, são vários todos os dias. A abertura de mais covas é feita às pressas para realização dos sepultamentos no vilarejo, um dos mais atingidos pela tragédia.
Um dos enterros foi o da filha de Alzira Maia. Ela enterrou nesse sábado (2) o corpo da filha Cristina Cruz, que trabalhava na pousada soterrada pela onda de lama de rejeitos. “A minha esperança é que ela podia ter fugido. Não era a hora dela ainda”, conta. “Pelo menos ela teve um enterro digno”, diz. Cristina trabalhava na pousada há mais de dez anos e tinha uma filha e um filho.
Mesmo após o enterro da filha, Alzira continua a ir ao posto de atendimento, montado para dar informações sobre as buscas, resgates e pessoas desaparecidas, em busca de notícias sobre os parentes de amigos e vizinhos.