BAHIA EM REVISTA

Lavagem do Bonfim completa 265 anos em clima de requalificação

Em 2019, quem for demonstrar a fé e devoção na tradicional Lavagem do Bonfim, que acontece na próxima quinta-feira (17), na Cidade Baixa, vai começar a encontrar um ambiente diferente na Colina Sagrada. A Praça do Largo do Bonfim, que fica próxima ao Santuário da Basílica do Bonfim, está completamente repaginada após as obras de requalificação da Prefeitura, cuja primeira etapa será entregue na próxima terça (15) pelo prefeito ACM Neto. A intenção da administração municipal em entregar o largo antes do prazo previsto é garantir aos fiéis um ambiente amplo, bonito e confortável para louvar o Nosso Senhor do Bonfim – antiga reivindicação da comunidade religiosa –, sem prejuízo do andamento da festa.

As mudanças vão ressaltar ainda mais a beleza e a história de uma festa que, ao completar 265 anos, é considerada a maior manifestação popular religiosa da Bahia e uma das maiores do Brasil. De acordo com historiadores, o culto ao Nosso Senhor do Bonfim começou em 1745, quando a imagem do santo foi trazida pelo capitão português Teodósio Rodrigues de Farias, ao cumprir uma promessa que fez depois de ter sobrevivido a uma forte tempestade. As homenagens, no entanto, iniciaram de fato em 1754, ano em que a imagem foi transferida da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a sua própria igreja, construída na Colina Sagrada.

A lavagem do adro da Basílica teria começado a partir dos moradores da região, como preparação para a Festa do Bonfim. Por achar que o ato tinha assumido um caráter festivo exagerado e não-condizente com o local santo, a lavagem no interior do templo foi proibida em 1890 pelo Marquês de Santa Cruz, Dr. Manuel Victorino Pereira, chefe do governo provisório na época. Após a decisão, adeptos do candomblé começaram a fazer o cortejo para lavar as escadarias, reverenciando Oxalá – orixá correspondente ao Senhor do Bonfim.

A tradição acontece sempre na segunda quinta-feira após a Festa de Reis (6 de janeiro). Antes realizada apenas no Bonfim, a festa foi transformada em cortejo que parte da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, com a realização de uma celebração ecumênica. Em seguida, por quase 8 quilômetros, católicos e adeptos do candomblé fazem a caminhada até a Colina Sagrada, puxada pelo grupo das baianas, animada por grupos culturais e colorindo de branco as ruas da Cidade Baixa .

Depois da cerimônia religiosa, é a vez da parte profana entrar em cena, com as barracas montadas no entorno do Bonfim, muita música e manifestações culturais. Os festejos são encerrados com a também tradicional Segunda-Feira Gorda, no bairro vizinho da Ribeira.

Serviços municipais – Para garantir o conforto e o ordenamento da festa, a Prefeitura monta um esquema especial que envolve serviços de diversos órgãos municipais. Durante o período da festa, são realizadas ações de ordenamento do trânsito e transporte, proteção ao patrimônio público, saúde, credenciamento de grupos culturais, ordenamento do comércio informal, controle da poluição sonora, combate à publicidade irregular, vistoria de aspectos estruturais no percurso do cortejo, limpeza, proteção ao patrimônio público e combate à violência.

 

 

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