O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) iniciou o processo de preparação de 680 urnas que serão usadas no exterior durante as próximas eleições presidenciais. Por conta de dificuldades operacionais, serão enviadas também 64 urnas de lona (quatro delas de reserva) para países da África, Caribe, América Central, América do Sul, bem como a países europeus com poucos brasileiros.
Ao todo, 500.727 brasileiros estão aptos para votar em 171 cidades no exterior. A cidade com maior colégio eleitoral é Boston, nos Estados Unidos, para onde serão enviadas 46 urnas eletrônicas. Em segundo lugar está Miami (EUA), com 45 urnas. Os Estados Unidos, Japão e Portugal são os países com maior número de eleitores brasileiros.
De acordo com a Justiça Eleitoral, 58,4% dos eleitores brasileiros no exterior são mulheres, e 41,6% homens. A faixa etária mais predominante é a compreendida entre 35 e 39 anos. No que se refere ao nível de escolaridade, 34,26% dos brasileiros aptos a votar têm nível superior completo; 28,51% têm ensino médio completo; e 13,46% superior incompleto.
Com um total de 2.353 eleitores brasileiros aptos a participarem do pleito eleitoral, a cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra é a que tem o maior colégio eleitoral entre as que farão votação manual. Ao todo, 10.698 brasileiros votarão dessa forma. Entre as dificuldades que levaram à escolha pelo uso das urnas de lona nessas localidades estão problemas para o acesso à energia elétrica e embaraços alfandegários para a entrada de equipamentos eletrônicos.
Segundo o secretário de Tecnologia do TRE-DF, Ricardo Negrão, cerca de 100 servidores terceirizados estão preparando as urnas, fiscalizados por 20 servidores do Cartório Eleitoral do Exterior. “Esse equipamento passa por quatro etapas de checagem, em meio aos processos, até que o equipamento seja lacrado”, explicou ao reiterar a segurança das urnas eletrônicas.
A fim de sempre aperfeiçoar a segurança do equipamento, a Justiça Eleitoral tem feito vários desafios para que hackers encontrem vulnerabilidades no sistema e no equipamento. Segundo Negrão, foi graças a esses desafios que se descobriu que, ao serem apertadas, as teclas emitiam uma frequência mecânica que, captada por microfones potentes, poderia indicar o número digitado pelo eleitor. “A solução que encontramos foi a de blindar internamente essas teclas”.
Uma outra vulnerabilidade identificada estava relacionada à possibilidade de se identificar a sequência de votação. “Diante disso, melhoramos o algoritmo de embaralhamento de dados”, explicou o secretário de Tecnologia ao garantir que “até hoje nada mais significativo [em termos de vulnerabilidade] foi identificado”.