O Salvador Jazz 2018, quarta edição do projeto realizado pela Prefeitura, através da Saltur, se firma no calendário de eventos da cidade ao reunir, na noite deste sábado (04), oito mil pessoas no Rio Vermelho, agitando o bairro mais boêmio da capital com música de qualidade. Ao todo, cinco bandas passaram pelo Largo da Mariquita, quatro soteropolitanas e uma de renome nacional no novo cenário da música instrumental no Brasil.
Passaram pelo palco do projeto os grupos Saravá Jazz Bahia, Pirombeira, Rumpilezzinho e Bexiga 70. Para o presidente da Saltur, Isaac Edington, o Festival de Jazz faz parte da diversidade do calendário de eventos da cidade. “Fazemos os festivais de Reggae, Hip Hop, entre outros ao longo do ano. A ideia é essa diversificar nosso calendário, mostrando nossos talentos e trazendo nomes nacionais. Somos fortes na música instrumental e vimos no Rio Vermelho belíssimas apresentações com misturas inusitadas e especiais”.
Mistura – A noite foi marcada pela mistura do estilo norte-americano com a mística dos tambores da Bahia. O resultado? Música boa, artistas virtuosos encantando e fazendo muita gente feliz no bairro boêmio da capital baiana. Com raízes fincadas na música negra da Bahia e a referência calcada nos clássicos norte-americanos, em especial na influência vinda do burburinho que acontece há décadas na cidade de Nova Orleans, o sexteto soteropolitano Saravá Jazz Bahia foi a primeira atração a pisar no palco na noite de ontem.
“Nós fazemos música para os cidadãos de Salvador, e essa receptividade positiva de hoje foi muito gratificante, pois é um reconhecimento deste trabalho que desenvolvemos”, afirmou Márcio Pereira, responsável pela guitarra, os arranjos e as composições do Saravá.
Disposta a acompanhar a festa até o fim, a aposentada Elizabeth Wenceslau, 93, considerou importante a repetição da iniciativa, “principalmente pela possibilidade de curtir música de qualidade bem pertinho de casa”. “Sou apaixonada por música instrumental. Na infância, o jazz era algo comum na casa de meus pais e por isso amo tanto. Quero ficar até o final do show”, garantiu Elizabeth.
A segunda atração da noite foi o grupo Pirombeira, formado por jovens talentos da música baiana. A banda passou por ritmos nordestinos, como frevo, samba de roda e maracatu, ao mesmo tempo em que apresentou a improvisação oriunda do jazz. O coletivo Rumpilezzinho também recebeu diversos aplausos da galera, e teve como convidada especial Gilmelândia. A última atração da noite, Bexiga 70, misturou ritmos latinos, africanos e nacionais e teve como convidada Tulipa Ruiz.
Pausa – No intervalo das apresentações do palco principal, a banda SSA – Som Soteropolitano Ambulante – promoveu um arrastão musical no entorno do largo, com sete músicos (dois trompetistas, dois percussionistas, tuba, sax e trombone), fazendo o público dançar ao som de clássicos do jazz, além de um repertório repleto de canções populares da Bahia e do Brasil.
Presente nas edições anteriores do festival, o grupo fez apresentações de cera de 15 minutos, enquanto a próxima atração se prepara no palco. “Seguimos a tradição das bandas de rua de Nova Orleans, e gostamos desse contato com o público. Por isso, somos sempre recompensados com uma resposta muito gostosa das pessoas”, destacou o trombonista Tiago Valois.