BAHIA EM REVISTA

Obras da nova sede da FGM estão 70% concluídas

Em breve, a primeira capital do país terá mais um equipamento cultural em funcionamento – a nova sede da Fundação Gregório de Mattos (FGM), que está com obras avançadas e, aproximadamente, 70% da sua estrutura finalizada. Construída onde funcionava o Hotel Castro Alves, na Ladeira da Barroquinha, o espaço teve toda a estrutura de fachada e entorno preservada para manter características históricas. Toda a parte de levante da estrutura e fundação já está praticamente finalizada para que os espaços possam adquirir forma final.

De acordo com a arquiteta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e fiscal titular da obra, Rebeca Bandeira, o prédio chamará atenção não apenas pela beleza, mas também pela funcionalidade. Isso porque serão abrigadas funções diferentes para os serviços a serem prestados no local.

“Mantivemos toda a arcada da época construtiva e deixamos todo o material original preservado tanto na área da recepção, quanto na área do café-teatro. Além disso, vamos manter uma parede interna com todo seu sistema construtivo à mostra. Porém, todo o miolo do prédio é novo”, explicou Rebeca.  A profissional ainda destacou que, como haverá áreas para diversas atividades no prédio, o local vai funcionar em horários alternados, o que vai possibilitar horários de circulação diferentes nas ruas do entorno e movimentar a região.

Além da estrutura administrativa da FGM, o equipamento terá um café-teatro disponível para a realização de pequenos shows e eventos, com 60 cadeiras, e duas salas para prática de ensaios e reuniões, atendendo a uma antiga demanda da classe artística. No térreo, ainda irá funcionar uma ampla sala de reunião que servirá de espaço para as reuniões da FGM e dos conselhos Municipal de Políticas Culturais (CMPC) e Consultivo do Patrimônio Cultural (CCPC).

Revitalização do Centro Histórico – As obras contemplam uma área de quase 2,2 mil m² e englobam restauro, limpeza, cadastro e novas fundações de estrutura, dentre outros itens. O investimento é de R$9,5 milhões, sendo que R$1,5 milhão já foram aplicados pela Prefeitura no processo de desapropriação e o restante é fruto do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) Cidades Históricas, por meio do Iphan.

A construção do espaço faz parte do programa Salvador 360 e integra o eixo Centro Histórico, do projeto da Prefeitura. Segundo o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, a nova sede irá trazer inúmeros benefícios para a região, tendo em vista que será um espaço multiuso. Além disso, investimentos da Prefeitura como a revitalização da Praça Castro Alves e da Avenida Sete de Setembro darão uma nova roupagem para o Centro.

“A Fundação sempre funcionou em espaços alugados e essa será a primeira vez que teremos uma sede em um imóvel próprio. Será um ganho muito significativo para a cidade, porque esse espaço, aliado aos demais equipamentos culturais da região, vão formar um corredor cultural importantíssimo para o Centro”, destacou o gestor. Com a mudança de prédio, o Arquivo Público Municipal, abrigado na sede atual, será relocado para o Museu da História da Cidade, no Comércio.

História – O casarão que abrigou o Hotel Castro Alves foi referência durante muitos anos na região. Antiga propriedade da então Associação de Caixeiros Viajantes da Bahia, integrava o complexo de leitos existentes na região central de Salvador que, até os anos 1970, era considerada a área comercial mais chique da cidade.

Com o passar dos anos, a mudança do centro econômico para a região da Avenida Tancredo Neves resultou no clima de degradação do hotel até ter a estrutura quase completamente arruinada após desabamento e incêndio, ocorridos em 2008. Nessa época, o empreendimento já estava com as atividades encerradas e o prédio foi isolado pela Prefeitura. A decisão de recuperação do imóvel pelo Iphan ocorreu em 2015.

 

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