BAHIA EM REVISTA

Homens respondem por 40% dos casos de infertilidade

Alguns casais fazem planos de uma gravidez perfeita.  Contudo, a infertilidade pode ser um obstáculo à realização do sonho da maternidade e da paternidade para aqueles que, por alguma razão, não conseguem engravidar.

Os homens respondem por 40% dos casos de infertilidade. Varicocele (varizes nas veias dos testículos); oligospermia (poucos espermatozoides no sêmen), azoospermia (ausência de espermatozoides), criptorquidia (testículos retidos); fatores genéticos e hormonais; infecções urinárias, prostatites e uretrites; inflamações nos testículos e torção testicular; problemas de ejaculação; quimioterapia e radioterapia; problemas sexuais; obstrução do canal por onde passam os espermatozoides, síndromes específicas e até algumas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) podem causar a infertilidade masculina. 

De acordo com o urologista Augusto Modesto, a varicocele, principal causa, corresponde a 40% dos casos de infertilidade primária (homens que nunca tiveram filhos) e a 80% de infertilidade secundária (homens que já tiveram um filho e não conseguem nova gravidez da parceira).

A doença provoca aumento da temperatura escrotal, redução da oxigenação testicular e disfunção hormonal com queda dos níveis de testosterona no sangue. “A varicocele pode causar queda do número, do movimento e da morfologia dos espermatozoides, bem como aumento do índice de fragmentação do DNA espermático, resultando em infertilidade ou aborto”, detalhou.

Ainda segundo o especialista, o tratamento cirúrgico é o mais indicado. “A cirurgia melhora os parâmetros seminais em 60 a 70% e a chance de gravidez da parceira aumenta em 40% dos homens operados. Caso necessite de fertilização in vitro (FIV), a chance de sucesso é maior nos pacientes operados de varicocele em relação aos não operados”, ressalta Modesto. Ainda que o casal apresente uma indicação precisa para a FIV, a cirurgia de varicocele deve ser realizada com o objetivo de melhorar a qualidade do sêmen e, em consequência, a qualidade embrionária. Com isso, há aumento na taxa de sucesso gestacional.

Esta afirmação faz muito sentido para o engenheiro civil Frede Cunha que, por sete longos anos, se lamentou por não ter um filho a quem pudesse chamar de seu. Com diagnóstico de infertilidade causada por oligospermia e varicocele, ele e sua esposa acabaram optando pela FIV para realizar o sonho da gravidez. “A frustração por não ser pai foi substituída por uma grande alegria quando meu filho Samuel veio ao mundo nove meses depois do procedimento. Até cheguei a fazer a cirurgia de correção da varicocele, mas mesmo assim precisei recorrer à reprodução assistida para realizar meu desejo de ser pai”, contou.

Diagnóstico – Após o levantamento do histórico clínico e a realização de um exame físico, em que poderão ser detectadas suspeitas de infertilidade, o urologista solicita o espermograma, exame que avalia a quantidade e a qualidade do espermatozoide produzido. Esse exame é feito a partir da análise em laboratório de uma amostra de sêmen que deve ser coletada no próprio laboratório após masturbação.

Além do espermograma, o médico pode solicitar a dosagem de testosterona, dos hormônios tireoidianos e da prolactina, exames de urina e ultrassom pélvico. Nos indivíduos com alteração da concentração espermática ou cujo exame físico revelou alterações significativas, deve ser solicitada uma pesquisa genética. O exame de doppler testicular pode ser útil na suspeita de alterações das células do testículo. Existe ainda o teste de função espermática, mais sensível para determinar a qualidade dos espermatozoides.

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